Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com


Peço o favor de actualizarem as vossas bookmarks e eventuais links. e de continuarem a ler e a comentar na nova morada.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Um passo em frente (espero...)

A partir de hoje o Blogouve-se deixa de estar alojado no blogger e passa para um domínio próprio que tem o endereço blogouve-se.com.
É o terceiro alojamento deste blogue, depois de ter começado no brasileiro webloguer em Junho de 2003. Em Dezembro de 2004 passei para o actual blogger e agora dou um passo em frente, ao aceitar o convite de Paulo Querido para integrar a rede TubarãoEsquilo.
Devo dizer que o convite é antigo, mas a mudança provoca instabilidade e é perturbadora. E por isso fui adiando. Acabou por ser uma brincadeira, no mês passado, a precipitar a mudança.

Para os leitores, além da mudança de endereço e de alguma turbulência inicial, tudo continuará a ser como sempre foi: o Blogouve-se é um espaço em que partilho as minhas reflexões sobre o jornalismo e os jornalistas com os leitores. Até já?
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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Contra a desinformação, marchar, marchar

«1) O trabalho de José António Cerejo no 'Público', sobre as assinaturas de Sócrates a projectos que não eram seus, mas de outros engenheiros, pareceu-me sério, seguro e bem documentado. Não conheço jornal independente no mundo que não o publicasse.
(...) 4) A reacção de Sócrates é desproporcionada. Na verdade, o primeiro-ministro não discute os factos que a notícia em causa lhe assaca. Apenas diz que os projectos são seus, mas não explica por que motivo fez projectos tão maus na Guarda, nem abre os processos a consulta para se avaliar se seriam ou não da sua autoria. Apenas discute as motivações com que a notícia foi feita. Ao reagir assim, ele não desconhece a pressão brutal que coloca sobre os jornais e sabe que qualquer notícia, comentário ou crítica menos favorável são vistas do ponto de vista do combate político e não como devem ser escrutinadas: através do critério da veracidade. Independentemente de a notícia ser verdadeira, ataca-se de forma violenta os autores da mesma, na reedição cansativa da morte do mensageiro.»
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Daniel Oliveira e Scolari (jornalismo e corporativismo)

Volto a um tema de certa forma recorrente neste blogue: o trabalho jornalístico feito por não-jornalistas.
É um tema polémico, na medida em que de imediato surgem as acusações de corporativismo. Tenho tentado demonstrar, ao longo destes anos, que não tenho posições corporativas face à classe, mas isso não é contraditório com a defesa inequívoca do jornalismo.

E volto ao tema porque vi esta semana dois programas feitos por Daniel Oliveira na SIC, sobre a selecção de Scolari - imagens únicas e mesmo históricas, nomeadamente aquelas que mostram o interior do balneário antes de grandes jogos.

Há muito que Scolari e Daniel Oliveira estabeleceram uma forte relação; Scolari percebeu que tinha em Daniel Oliveira um interlocutor privilegiado, que lhe dava não só palco como segurança; a questão é que Daniel Oliveira não faz jornalismo, não se baliza por critérios jornalísticos (nos temas, nas perguntas, na equidade), pode fazer o que e como entender, sem qualquer tipo de escrutínio (que não seja o das audiências; o telespectador, certamente, nem fará a diferença).

Scolari teria escolhido Daniel Oliveira se ele fizesse jornalismo? O certo é que não há outro interlocutor (e Nuno Santos sabe bem disso...).

A situação é de tal maneira perversa que, enquanto esteve na RTP, várias vezes jornalistas fizeram trabalhos com declarações que Scolari fez não a eles, mas a Daniel Oliveira. Em exclusivo.

PS - percebeu-se finalmente porque é que Portugal perdeu a final do Euro 2004; Scolari falou de tudo no balneário menos de futebol...
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terça-feira, fevereiro 12, 2008

O direito de resposta em editoriais

Resumidamente, a história conta-se assim:
- a 24 de Outubro, entre outras coisas, José Manuel Fernandes (JMF) escreveu no editorial do Público que « (…)Agência Lusa, “onde o Estado possui uma posição maioritária e que se tem distinguido pelos “fretes” que faz aos governos”»;
- no mesmo dia, Luis Miguel Viana, director da Lusa, enviou a JMF um texto como direito de resposta;
- esse texto foi recusado, entre outras razões, basicamente porque JMF entende que «não é possível, nem seria justo ou razoável, que o espaço do Editorial de uma qualquer publicação possa ser automaticamente ocupado por um Direito de Resposta, justo ou injusto. É algo que nem Salazar ou Estaline se atreveriam a propor».
- A 16 de Janeiro a ERC, chamada a intervir pelo director da LUSA, pronunciou-se a favor da publicação. O caso pode ser lido em detalhe aqui.

A minha opinião: «(…) compreende-se que mesmo os editoriais não possam quedar-se excluídos da alçada do direito de resposta, sob pena de passarem então a constituir território opinativo inexpugnável, onde, e a pretexto de aí se veicularem meras opiniões, nenhuma imputação susceptível de afectar a boa fama e reputação de terceiro seria passível de contestação, a pretexto de representar interferência tida por intolerável no domínio da livre expressão de ideias e opiniões» (da deliberação da ERC)
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sábado, fevereiro 09, 2008

Tentar esclarecer algumas confusões (Sócrates e o Público, ainda)

Já vai em 43 comentários o texto "O Público e Sócrates («aquela casa foi feita pelo primeiro ministro?»)".
Num deles José António Cerejo (se o comentário não fosse seu já saberíamos) revela como fez e a carta que dirigiu ("José Mendes, jornalista do PÚBLICO, para efeitos relacionados com a preparação de um trbalho comparativo sobre as práticas urbanísticas em vigor em várias regiões do país na década de 80, e ao abrigo da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (Lei 65/93), solicita a V. Exª que lhe seja indicado, nos prazos legais, o local, dia e hora em que poderá ter acesso, para efeitos de início de consulta, à totalidade dos processos de licenciamento de obras particulares entrados nos serviços dessa câmara no período compreendido entre Janeiro de 1980 e Dezembro de 1989.Com os meus cumprimentos,José Mendes, Jornal PÚBLICO(...)".
Noutro, um anónimo pretensamente bem informado diz que não é bem assim («Sabe que a carta não mencionava o Público. Sabe que só no fim da consulta revelou a sua verdadeira identidade aos funcionários que o assistiram, «por consideração à gentileza»), mas essa tal carta, a verdadeira, ainda não apareceu;
Finalmente, José Mendes, jornalista, lamenta a utilização do seu nome profissional por parte de José António Cerejo (mas, penso, José Mendes não é jornalista do Público, daí que não se possa falar em usurpação de identidade).

Duas notas (finais?):
- As informações divulgadas pelo Público são de grande interesse público e provavelmente não se conseguiriam de outra forma; mas...
- Há aparentemente uma violação deontológica (pequena? grande?) por parte de José António Cerejo na obtenção das informações que veio a publicar no seu jornal (artigo 4 do Código Deontológico), a partir do momento em que não usa o seu nome profissional; Mas o próprio Código, nesse artigo, prevê excepções. Gostaria, insisto, que o Conselho Deontológico do nosso Sindicato se pronunciasse sobre o caso e nos dissesse se esta pode ser uma daquelas excepções.
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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Ainda as responsabilidades da RTP (opinião)

Quando José Alberto Carvalho diz/escreve que «Do universo dos géneros jornalísticos, a RTP trabalha e apresenta o noticiário de actualidade, a informação regional, a entrevista, a reportagem e, em breve, retomará o debate. E também inclui a opinião. Pela sua própria natureza a opinião nunca é consensual, mas, ao contribuir para um balanço mais interpretativo da realidade, ajuda a suscitar a dúvida. Quem a tenta silenciar demonstra que não aprendeu com a história e ignora que a dinâmica das opiniões públicas passou a ser um bem indomável», está a esquecer que (do meu ponto de vista) a opinião na RTP pode ter qualidades, mas não contribui «para um balanço mais interpretativo da realidade»; a opinião na RTP é algo que - estou certo - no futuro se olhará com incredulidade: um comentador chamado Marcelo Rebelo de Sousa (com tudo o que Marcelo significa) e uma compensação que é António Vitorino. «Ajuda a suscitar a dúvida?» Pois ajuda. Mas não são dúvidas pela positiva.
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Fontes (próximas ou distantes)

"A propósito da recente troca de opiniões, tornadas públicas, entre o Provedor de Leitores do Público, Joaquim Vieira, e os fundadores do jornal e autores do livro de estilo Vicente Jorge Silva e José Mário Costa quanto à informação obtida a partir de fontes anónimas ou confidenciais (Enquanto o Provedor do Leitor considera que a informação deve ser imputada a fonte não especificada (por exemplo «fonte ligada ao processo»), os dois jornalistas entendem que é preferível ser assumida pelo jornal (por exemplo, «o Público apurou que»)", duas notas:

- acho que é difícil tomar uma posição única, dependerá do caso em concreto (e nesse aspecto, compreendo a formulação no livro de estilo do Público);

- se só pudesse usar uma formulação, acho que deve ser o órgão de comunicação a assumir (discordo, portanto, de Joaquim Vieira);

- É o Conselho Deontológico ou apenas o seu presidente?
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quinta-feira, fevereiro 07, 2008

A ERC e a publicidade

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quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Vale a pena ler o comentário de José António...

... Cerejo, aqui.
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terça-feira, fevereiro 05, 2008

Coisas que a RTP deve evitar (e de que não se pode orgulhar)

“A nova ofensiva do jornal Publico contra o PM (…)” terá sido como a RTP se referiu à investigação do Público. A ser assim, a RTP está - claramente - a tomar partido. Fica-lhe mal e não é jornalismo.
Aliás, dará azo a que se diga coisas como esta: «Proponho que o Público passe a referir-se às notícias da RTP como “Mais um frete da RTP ao governo …»
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segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Coisas que podem acontecer (e não deviam...)

Olha-se para a primeira página do DN de hoje e fica-se perplexo: a mesma notícia aparece duas vezes: «Porto vai ter a maior livraria de Portugal» (com foto) e «Maior livraria do País abre no Porto» (na coluna da direita).

A situação é tão insólita quer teria de haver uma explicação: a capa da edição de Lisboa tem outra foto e outro destaque (e apenas uma chamada); a edição que se vende no Porto é diferente e é aí que aparece a repetição.

Não desculpa o erro - que, sendo insólito, é grave - mas explica-o.

PS - a notícia é, tanto quanto percebo, uma 'cacha' do DN, mas duas chamadas...
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ACT O Público e (o arq.) Sócrátes (o interesse público)

Se o primeiro ministro em que votei e que genericamente continuo a apoiar teve responsabilidades em coisas como esta («em 1983, Sócrates autorizou a construção de uma moradia em terrenos agrícolas e fora do perímetro urbano, junto ao Mondego, em Porto da Carne. O projecto, da autoria de Sócrates, que viria a ser ministro do Ambiente, foi aprovado pela câmara contra os pareceres dos seus serviços e ainda dos ministérios da Agricultura e das Obras Públicas - estes últimos vinculativos.
O director regional de Coimbra dos serviços de Planeamento Urbanístico (Ministério das Obras Públicas) escreveu várias vezes a Abílio Curto a exigir o embargo e demolição da casa, mas a câmara nada fez. Pelo contrário, três anos depois aprovou uma ampliação da moradia com 168 m2. O projectista voltou a ser Sócrates, segundo o jornal Público
»), eu tenho o direito de o saber. Haveria alguma maneira de apurar essas informações recorrendo a meios leais? Se sim, o jornalista do Público teria sido o primeiro a ter interesse nisso. Ou então as coisas não são assim, e perde-se a confiança no Público.

Acrescento ainda: já encontrei várias vezes esta posição («Reportando a factos ocorridos nos anos 1980, os artigos que José António Cerejo ontem e hoje deu à estampa no Público chegam com, pelo menos, três anos de atraso. Em Fevereiro de 2005 teriam feito todo o sentido no âmbito da campanha para as eleições legislativas. Hoje não passam de agit-prop»); a notícia não deixa de ser notícia três anos depois; o seu impacto e consequências é que podem ser diferentes.

ACT a 6/2/08: Sugiro a leitura do comentário que José António Cerejo enviou, de que apresento um excerto: «A minha carta,de que tenho obviamente cópia e posso facultar a quem a quiser, diz, textualmente, assim: "Lisboa 22 de Agosto de 2007, Ao senhor presidente da Câmara Municipal da Guarda, Exmº Senhior,José Mendes, jornalista do PÚBLICO, para efeitos relacionados com a preparação de um trbalho comparativo sobre as práticas urbanísticas em vigor em várias regiões do país na década de 80, e ao abrigo da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (Lei 65/93), solicita a V. Exª que lhe seja indicado, nos prazos legais, o local, dia e hora em que poderá ter acesso, para efeitos de início de consulta, à totalidade dos processos de licenciamento de obras particulares entrados nos serviços dessa câmara no período compreendido entre Janeiro de 1980 e Dezembro de 1989.Com os meus cumprimentos,José Mendes, Jornal PÚBLICO, Rua Viriato 13, 1069-315 Lisboa, Fax 210 111 007".»

PS - A investigação do Público suscita diversas questões relevantes para o exercício jornalístico, desde o interesse e os critérios de noticiabilidade à obtenção de informações por meios desleais; onde é que essa discussão está a ser feita? Na página do Sindicato dos Jornalistas? Num espaço como o Clube de Jornalistas? Basicamente na blogosfera e, claro, nem sempre bem...
A página do provedor do Público também podia ser um espaço privilegiado.
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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

O Público e Sócrates («aquela casa foi feita pelo primeiro ministro?»)

Acabo de ler a peça principal do trabalho de José António Cerejo e acho-a muito bem defendida jornalisticamente. É inquestionável o seu interesse e a qualidade do seu desenvolvimento (nomeadamente a variedade de depoimentos de pessoas com projectos assinados pelo engenheiro Sócrates e que não o conhecem).

PS - Sócrates fala em ataque político, mas sobre isso nada tenho a dizer, para além de que é uma forma de intimidar, ainda que dialecticamente aceitável; apenas gostaria de lembrar que aquilo que o primeiro ministro designa por «arqueologia jornalística» é... jornalismo.
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Nobre-Correia regressa

As suas crónicas semanais no Expresso, iniciados na década de 90, foram dos textos mais lúcidos sobre o jornalismo e a metamédia portuguesa (e não só). Depois, desapareceu, por desinteresse dos órgãos de comunicação social portugueses em ter nas suas páginas quem reflectisse sobre a sua própria actividade.
Agora, quase seis anos depois, José Manuel Nobre-Correia regressa, assinando, a partir de amanhã, uma crónica semanal no Diário de Notícias.
Quem o conhece, perceberá o meu entusiasmo; para os mais novos (desatentos?), vão por mim...
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quinta-feira, janeiro 31, 2008

ACT Um caso que merece desenvolvimento (Blogdabola)

É a segunda vez em pouco tempo que falo do Blog da Bola - um blogue sobre futebol, que tem dado as 'cachas' que depois toda a gente persegue na informação desportiva, e não só. A idade de Leandro Lima é apenas um exemplo, outros podiam ser dados: a publicidade de Rui Costa, o novo empresário de João Moutinho e, claro, a contratação de Makukula (só para referir os mais recentes).

Primeira nota, trata-se de um blogue anónimo, embora num recente texto no Record o jornalista Eugénio Queirós o tenha atribuído ao (antigo?) jornalista Marinho Neves - com quem, aliás, trabalhei em finais da década de 80, na falecida Gazeta dos Desportos. Os textos são assinados por «batebola». O anonimato retira-lhe credibilidade e, principalmente, notoriedade (mas toda a gente no futebol o lê... e os factos mostram que está certo);

Segunda: como é que um blogue anónimo consegue dar as notícias em primeira mão de FC Porto, Benfica ou Sporting? Como é que um jornalista - por muito bem informado - consegue bater centenas de outros jornalistas (nomeadamente nos jornais)? Ninguém contrata esse jornalista? (se é que é apenas um jornalista; e se é que é um jornalista...)

Terceira: O blogdabola é um dos poucos blogues que dão notícias em Portugal, podendo, nesse aspecto, dizer-se que faz jornalismo. Um jornalismo anónimo, é certo, mas jornalismo. Act a 01/02/08: Gostava de esclarecer esta parte final do texto, até porque pode suscitar equívocos. Como é evidente não há dúvidas sobre a necessidade do jornalismo ser identificado. Por isso o blog da bola não é - nem será, nestas circunstâncias - um órgão de comunicação social. O que não quer dizer que não faça jornalismo. É isso que eu digo (quatro ou cinco linhas acima). Incoerente? Talvez, mas as fronteiras não são tão rígidas como se pode pensar. Voltarei a este tema na proxima semana.
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terça-feira, janeiro 29, 2008

Depois da vitória de ETC, as opiniões de ECT

A propósito desta notícia «Tribunal arquiva queixa da RTP contra Eduardo Cintra Torres e director do "Público"», Eduardo Cintra Torres fez chegar estes comentários, que reproduzo (com sublinhados meus) por duas razões, independentemente de concordar ou não com o que se diz: porque é um assunto que aqui acompanhei; porque é uma forma de considerar quem teve idêntica consideração:
«- independentemente de ainda assistir aos assistentes o recurso da decisão do tribunal, trata-se de uma vitória da liberdade de imprensa, do trabalho independente dos jornalistas e dos comentadores em Portugal.
- a decisão corrobora o que sempre defendi:o direito e a obrigação dos comentadores de basearem as suas opiniões em elementos informativos e investigados.
- a decisão judicial contraria a tentativa de intimidação da opinião livre e da divulgação de informações e trabalhos de investigação revelando como a informação dum media, neste caso a RTP1, pode servir os interesses do poder político do momento.
- a decisão judicial é, nas suas 4 páginas, totalmente contrária ao arrazoado de 200 páginas que a ERC dedicou ao assunto, e que terminava com a «condenação» minha e do meu artigo e ainda do director do Público. Recordemos que a deliberação da ERC, que considerei então um momento negro da história da liberdade de imprensa em Portugal, afirmava claramente que o director do jornal deveria ter censurado o meu artigo. Esta decisão é uma derrota para a tentativa da ERC de estrangular a liberdade de opinião e de informação dos jornalistas e comentadores porutugueses, tanto mais que pela forma incrível como tratou do meu artigo tentou construir um «caso exemplar» do que pretendia fazer da sua actuação contra o jornalismo e opinião livres e independentes.
- a decisão do TIC é igualmente de sentido diferente da que seguiu o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas que analisou uma queixa do DI da RTP sobre o meu artigo. Esse Conselho Deontológico, felizmente, já foi substituído

(podem encontrar as minhas opiniões aqui)
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segunda-feira, janeiro 28, 2008

Aproveitar a internet para valorizar conteúdos

Eis um bom exemplo de aproveitamento das novas tecnologias para valorização de conteúdos de arquivo.
É uma forma de trazer à net conteúdos áudio de grande valor e os poder partillhar com mais (e novos) ouvintes - geralmente o áudio não é muito valorizado depois de emitido. Noutros casos é apenas re-ouvir (neste caso em concreto, é ouvir várias vezes..., foi uma das melhores reportagens que ouvi nos últimos anos).

PS - o Pedro é meu camarada de redacção mas o princípio é válido para qualquer outro jornalista, neste caso de rádio.
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domingo, janeiro 27, 2008

Armando Vara, o BCP, o DN (e o Público?)

«Armando Vara não pediu licença sem vencimento na CGD quando saiu para o Conselho de Administração do BCP. No entanto, um jornal deu a "notícia" e tanto bastou. Mais um pretexto para artigos vários, que inevitavelmente sempre desaguam na amizade com Sócrates e relembram o "escândalo" da Fundação da Prevenção Rodoviária que o fez abandonar o Governo de Guterres. Curiosamente, não há quem se lembre já que Vara, que sempre clamou a sua inocência, foi ilibado nesse processo - e desde aí desertou da política que o manchou. A sua competência profissional, de gestor na banca, não é colocada em causa - antes pelo contrário, é bastante elogiada no sector -, mas a perseguição mantém-se. Não é serio

É disto que fala João Marcelino («"O dr. Armando Vara fez o que é usual fazer nestas circunstâncias: pedir à empresa a manutenção do vínculo contratual com a CGD." A declaração foi feita ao PÚBLICO por fonte oficial da CGD»)? Então não pediu? O Público foi enganado? Há qualquer coisa que me escapa...
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ACT: Não é Ai isso é que é...

«Já agora, caro JPM, gostava de saber o que pensas disto? Aguenta um pouco as banalidades do Miguel Veloso para veres a parte final do artigo. Publireportagem?»

Nem sequer. Publicidade, com um outro retoque para-jornalístico. Mas não se tratando de um órgão de comunicação social, não há propriamente uma violação ética. Ainda assim, poderia dizer «pub», por exemplo.

ACTUALIZO em função do comentário do Nelson: pensava que se tratava de um video promocional, publicitário, nunca inserido num meio de comunicação social. Assim é bem mais grave: publicidade encapotada da pior espécie!!!! (além de me parecer, até, ilegal)
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sábado, janeiro 26, 2008

Apenas pressa?

(enviado por um leitor, que pede comentário)

«Segundo Barclays Capital
Bancos poderão necessitar de mais 143 mil milhões para enfrentar «subprime» (título)

Caso as agências de «rating» revejam em baixa as seguradoras de obrigações (destaque)
(texto) Os bancos que encaixaram 72 mil milhões de dólares para ajudar a restaurar o seu capital devido às perdas relacionadas com o «subprime», poderão necessitar de mais 143 mil milhões de dólares de dólares, caso as agências de «rating» revejam em baixa as seguradoras de obrigações, considera o Barclays Capital, avança a «Bloomberg»
Os bancos que encaixaram 72 mil milhões de dólares para ajudar a restaurar o seu capital devido às perdas relacionadas com o «subprime», poderão necessitar de mais 143 mil milhões de dólares de dólares, caso as agências de «rating» revejam em baixa as seguradoras de obrigações, considera.
Os bancos vão necessitar de pelo menos 22 mil milhões de dólares, caso as obrigações cobertas por seguradoras como a MBIA e a Ambac Assurance sejam revista em baixa um nível de AAA.
As estimativas do Barclays, citadas pela, baseiam-se em participações dos bancos de um máximo de 75% dos 820 mil milhões de dólares de valores mobiliários estruturados garantidos por seguradoras de obrigações.
Na semana passada, a Fitch Ratings reviu em baixa a Ambac em dois níveis para AA

(15h19)
Comentário? Será necessário?...
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sexta-feira, janeiro 25, 2008

Onde é que isto vai parar?

No caminho que tenho feito, de casa para a TSF, começo por levar com o Global e o Metro no início de 5 de Outubro, depois em Damião de Góis dão-me o Destak e Meia Hora.

Quem é que consegue (tem tempo para) ler quatro gratuítos? Ou vão para o lixo, imediatamente? Se calhar estou completamente enganado, mas acho que os gratuítos diversificam ou isto vai acabar mal...

(Já agora, ninguém me dá o OJE...)
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ACT Ética e concorrência

«(...)Mas o que será a ética dentro da concorrência?
Para responder a esta pergunta, conto aqui a história do negócio Makukula/Benfica.
No dia em que O JOGO noticiou o início do negócio, a Rádio Renascença desmentiu-o na edição matinal da sua Bola Branca. E fê-lo, como é seu hábito sempre que lhe parece haver más notícias para a concorrência, mencionando este jornal.
Em contrapartida, ontem, quando principiou a desenhar-se o cenário que O JOGO traçara em primeira mão, a mesma estação radiofónica apropriou-se do cadáver, chamando-lhe notícia Renascença.
Poderíamos estar perante um caso isolado mas não. Há anos que a Renascença não respeita as regras da boa concorrência. E fá-lo sempre da mesma maneira: quando desconfia que a notícia impressa pode não ser fiável cita a fonte original; quando, pelo contrário, acha que aquilo que leu tem grandes hipóteses de vir a ser assim chama-lhe um figo e faz de conta que o colheu da sua figueira.
Como disse, a vida não está fácil. E na voragem dos acontecimentos acredito que os meios de comunicação mais quentes como as rádios e as televisões acabem por pecar com mais frequência por não lhes ser permitida grande reflexão.
Não desconhecendo que todos teremos os nossos pecados e que todos os dias trabalhamos para tentar redimi-los. Duvido é que o modo vicioso como a Renascença peca na informação desportiva possa merecer qualquer redenção
» (Manuel Tavares, no Jogo de hoje)

ACT a 28/01: permitam-me chamar a atenção para um comentário que chegou hoje; está bem informado, parece. Mas anónimo. Por isso, não o puxo para este espaço. Ainda assim, vale a pena ler.
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quinta-feira, janeiro 24, 2008

Em directo - e com pulso firme!

Às segundas, quando a minha viagem de regresso a casa coincide, ouço, se não na íntegra, bocados dos 'Novos Cromos Artistas da Bola', na Antena 1 - um bom programa, em que apenas o nome é mau...

Basicamente, é a fórmula do convidado por clube, com moderação de Tiago Alves.
Destaco-o esta semana porque quero mandar um abraço ao Tiago: Eduardo Barroso, que fala pelo Sporting, queria falar com Medeiros Ferreira (Benfica) sobre questões de saúde, em que têm divergências (percebeu-se que Barroso leu qualquer coisa de Medeiros Ferreira e não gostou).
Essa abordagem seria um disparate, mas Eduardo Barroso não se importou. Quando Tiago Alves, em directo, não lhe permitiu continuar, dizendo claramente que se opunha, temeu-se o pior: Barroso iria levantar-se e sair.
Mas Tiago não se demoveu. E, no último instante, o próprio Barroso pediu a Miguel Guedes (FC Porto) para intervir, enquanto ele se acalmava. Tudo isto em directo e com pulso firme de Tiago Alves.
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O programa mais inqualificável que vi até hoje na televisão...

... passa nas madrugadas do Porto Canal. Por causa de uma insónia descobri este programa, em que espectadores e apresentador rivalizam em linguagem pornográfica e obscena (por aquilo que percebi não há qualquer tipo de atenção prévia aos SMS enviados e acreditem que alguns eram chocantes).

Caro Bruno, eu sei que só vê quem quer e que àquela hora..., mas o programa é indigno - porque legitima num órgão de comunicação social um determinado tipo de linguagem que não pode ter legitimação (sim, acho que é diferente de um filme pornográfico)
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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Sensacionalismo, claro

«Caso Maddie vale nomeação ao Óscar»

(o filme foi inspirado numa história escrita há quase dez anos..., com o mesmo título 'Gone, baby gone')


PS - comentário inspirado na intervenção de Nuno Markl hoje na Antena 3
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