Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, janeiro 03, 2005

A primeira página é apenas papel de embrulho...

No ano que passou, alguns recordam-se, por exemplo, da primeira página do Jornal de Notícias, na manhã do dia em que se disputava a final da Liga dos Campeões. "Sejam a nossa voz. Queremos esta vitória" era a manchete.
A coisa deu polémica, porque o jornal abriu uma excepção à equidistância perante factos e protagonistas e, como na altura explicou o director, deixou voar a emoção.
Vem isto a propósito de quê?
Da primeira página do DN de ontem: "Chega de depressão" é a manchete. Uma frase que não informa os leitores, a não ser que é esse o desejo dos responsáveis do jornal. E de (quase...) todos os portugueses. Como no caso do JN/FC Porto (não é uma citação de uma declaração nem um facto, apenas uma expectativa).
A primeira página dos jornais é, cada vez mais, sobretudo, um embrulho - por vezes bem bonito. E em que o marketing conta. O jornalismo começa a partir da página 2...
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Os tempos estão a mudar...

Nos Estados Unidos o ano termina com, pelo menos, quatro milhões de assinantes do serviço de rádio via satélite!
Características desta novidade: os ouvintes pagam uma mensalidade (o que representa uma alteração de um paradigma vigente na rádio, segundo o qual... os ouvintes não estão disponíveis para pagar por aquilo que agora recebem de borla...) e, em troca, têm acesso a uma multiplicidade de canais, recebidos com qualidade digital - sem publicidade!
Quatro milhões de assinantes é um valor muito interessante, assim distribuído: a "XM Satellite" tem mais de três milhões e a "Sirius Satellite" um milhão.
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Respeito pelos ouvintes (mais...)

Um trabalho estimulante (penso...) para os candidatos a mestres ou doutorados: fazer uma análise quantitativa e qualitativa das "reclamações" enviadas pelos leitores (para Público, JN e DN) ao longo dos últimos anos - até existem diversos livros publicados com as crónicas dos provedores.
As conclusões mostrariam - sem dúvida - quais as principais preocupações de quem lê esses jornais. E, entre elas, estaria (penso...) a necessidade de separar opinião e notícias (os leitores têm dificuldade em entender os códicos significantes, por vezes visuais, dos jornais, se é que existem...).
Neste caso, tratado ontem por Joaquim Furtado, até existem mas o leitor não os percebeu («E havendo apenas opinião na página, o que o leitor reclama é que ela esteja graficamente assinalada, como sendo um espaço de opinião. [O director adjunto] refere que a "antiguidade" da secção e distintivos como o itálico e a foto do jornalista (que, como vimos, pode não sê-lo), asseguram a identidade da "Semana Local»)!
Mais um exemplo: na sempre estimulante "Grande Reportagem", um dos seus mais estimulantes jornalistas, Joel Neto, publicou um perfil alternativo de Pinto da Costa, por ocasião da autobiografia. É um texto em que prevalecem os factos, mas em que se percebe alguma opinião do jornalista. Há várias semanas que leitores têm vindo, nas cartas ao director, a protestar contra essa mistura!
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