Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, maio 04, 2006

Sobre o Sol

O novo jornal de José António Saraiva conseguiu o pleno da comunicação social de hoje e de ontem, a propósito da apresentação de ontem - afinal, não é todos os dias que alguém cria um jornal (com ambição) para combater aquele que dirigiu durante muitos anos (e é líder de mercado).

A expressão «para combater» pode parecer exagerada (sensacionalista?), mas pelas declarações de Saraiva e sobretudo pelo número zero ontem distribuído percebe-se que o Expresso está na ponta da mira: «Éramos pouco espertos se não o fizéssemos. O Objectivo é recuperar a memória das pessoas», explicou Saraiva naquele que é - parece-me - o artigo mais completo sobre esta questão, o do Jornal de Negócios.

Duas notas mais: o Sol tentará fazer a diferença, com uma abordagem mais tabloide da actualidade (de alguma forma, aquilo que nos ultimos dois anos a primeira do Expresso vinha ensaiando, com o próprio Saraiva), contra o jornalismo «mais cinzento» do Expresso;
Por outro lado, ao dizer que vai buscar 15 a 20 jornalistas ao Expresso, Saraiva está claramente a perturbar o seu futuro concorrente: os que saem, os que não saem, os que foram convidados e recusaram, os que foram convidados mas o Expresso «cobriu», os que não foram convidados mas fazem constar que o foram, os que não foram convidados numa primeira fase mas acabam por o ser, em face da recusa dos anteriores - vai ser uma grande agitação nos próximos dois meses!
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Incompatibilidades - uma nova questão

O Expresso em Portugal e vários jornais um pouco por todo o mundo impedem os seus jornalistas, que trabalham informação económica/bolsista, de comprar e vender acções (sugerindo, em alternativa, a opção por fundos de investimento).

Em Portugal há - parece-me - um problema novo: há - dizem-me - cada vez mais jornalistas que fazem informação desportiva a apostar em casinos na internet.

A questão é esta: há ou não incompatibilidade entre um jornalista que faz actualidade futebolística e que aposta num determinado resultado de um jogo?

Se esse jornalista tiver alguma informação que possa influenciar - hipoteticamente - o resultado final (uma equipa que recebeu incentivos para ganhar ou perder) vai noticiá-la?

Um jornalista que acaba de perder 500 euros porque não acertou num resultado conseguirá a isenção suficiente para escrever a crónica desse mesmo jogo?

Provavelmente, dirão alguns, é apenas um delírio...
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