Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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domingo, janeiro 22, 2006

Ana e a "isenção total"

Antes de mais, devo dizer que respeito a opinião que vou citar, muito mais porque - como sempre aqui defendi - as incompatibilidades remetem-nos em primeiro lugar para uma esfera de intimidade; só quando passam para o domínio público é que têm uma dimensão colectiva.
Mas o facto de a respeitar (ou seja, de a considerar), não significa que não a possamos discutir. Pelo contrário.
Diz Ana Lourenço (da SIC) na Notícias de Sábado de ontem: "(...) não voto, porque não quero ver-me a dirigir uma entrevista no sentido crítico com uma pessoa que eu próprio elegi. Os jornalistas não deviam ser militantes de partidos nem sócios de clubes".

Algumas notas:
- a última frase é distinta do restante; uma coisa é não votar pelas razões expostas, outra ser militante de um partido (a minha posição é que, prevalecendo os direitos de cidadania do jornalista, este não pode fazer jornalismo nas áreas que tenham que ver directamente com a sua adesão);
- mas é a parte inicial a mais importante. Ana não vota (ou seja, não se desloca à mesa de voto para formalizar a escolha), mas não acredito que não tenha, nestas ou em outras eleições, "o seu candidato", aquele que teria ajudado a eleger se tivesse votado e ganhasse. Qual é a diferença?
- para fazer a entrada da tal frase o jornalista da NS escolheu a expressão "Isenção total". Ora, é por não existir (ou não dever existir), em matérias de cidadania, por exemplo, isenção total, que o não-voto me parece, primeiro, errado e, depois, inútil;

(penso que poderíamos trocar uns postais sobre esta questão durante mais alguns dias, não?)
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