Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, setembro 20, 2007

ACT Elogiar o Jornal de Negócios

O Jornal de Negócios apresenta hoje, em diversas páginas, aquilo a que chama de «reportagem-mistério». Dez jornalistas foram a outros tantos bancos, em Lisboa, como clientes, pedindo informações sobre como lidar com a crise financeira (o «subprime»). Os jornalistas não se identificaram como tal, mas também não identificam os seus interlocutores.
O que se percebe é que vários (funcionários dos) bancos não sabiam dar respostas às perguntas dos jornalistas (dos clientes, portanto) e que uma coisa é o que dizem oficialmente, através dos portavozes, outra é o que (não) se sabe nos balcões.

Porque elogio?
Pela coragem e dinâmica do jornal.
A coragem de procurar outra informação, não oficial, só possível se os seus jornalistas não se identificarem. É desleal? Não considero (até porque não fica ninguém em causa), além de que as excepções são isso mesmo. A coragem, também, de desafiar alguns dos seus principais «patrocinadores».
A dinâmica de sair da cadeira, de agitar, de servir melhor os seus leitores. De reforçar algo que é claro para mim: DE e JdN estão entre os melhores cinco jornais portugueses.

ACT a 21/9/07: aproveito o contexto para elogiar uma outra reportagem de que gostei muito - «Na cozinha do McDonald's», publica na Única de 7/7//07, e escrita por Miguel Conde Coutinho (a fixar...), ele que conta como foi trabalhar alguns dias no McDonald's do Gaiashopping
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Cavaco olha o futuro pelo retrovisor

A questão é sobretudo simbólica, porque - felizmente - a marcha dos acontecimentos é inexorável.
Mas, até por isso, pelo simbolismo e pelo que significa, lamento que o PS tenha recuado na questão das habilitações mínimas para se ser jornalista, a pedido de Cavaco Silva.
Em abstracto teremos um jornalismo melhor feito por quem conseguiu uma formação de nível superior ou o contrário?

PS - Pode haver vários argumentos contra a formação superior dos candidatos a jornalistas, mas não aceito que se diga que «pode comportar um acréscimo das despesas de pessoal que, no limite, irá porventura ameaçar a viabilidade das pequenas ou médias empresas da área da comunicação social (ex. rádios locais ou imprensa regional), o que implica uma inquestionável compressão do pluralismo informativo e da liberdade de iniciativa económica»
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É o princípio de quê? (a resposta é clara, mas...)

«O Movimento Informaçäo é Liberdade (MIL), que junta mais de 700 jornalistas, vai reunir para discutir formas da classe passar a tutelar o seu regime de sançöes, disse hoje à Lusa o porta-voz da entidade. O encontro, agendado para a próxima semana, em Lisboa, visa juntar "a maior quantidade possível de jornalistas" para "abrir caminho para formas de organizaçäo da classe que permitam que o regime sancionatório passe para a própria classe", explicou Mário Bettencourt Resendes. (...) De acordo com Mário Bettencourt Resendes, "em vários países europeus, [o regime de sançöes às infracçöes deontológicas] é gerido pela própria classe, sem ser preciso alienar a outras entidades".» (via Lusa, de hoje)

Sejamos claros: para que «o regime sancionatório passe para a própria classe» é preciso criar, com o devido enquadramento legal, uma entidade de inscrição obrigatória de todos os jornalistas. Com poderes alargados ou restritos, chamando-se ordem ou associação, com ou sem o apoio do Sindicato. Eu, como sempre disse, defendo a coexistência do Sindicato e dessa ordassociação. Os caminhos e os objectivos de cada uma distintos e claros.
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