Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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sexta-feira, setembro 09, 2005

Rigor nas transcrições

De vez em quando apareço aqui com uns "exercícios" chatos - é só um aviso para passarem à frente...

No texto seguinte, que sugeria que lessem para acompanhar o meu raciocínio, estão dois excertos de uma conferência de imprensa de ontem (do treinador do Braga), correspondendo a dois jornais diferentes.

Os dois textos não coincidem, como se pode ver, mas a origem é a mesma. Como se explica? O treinador do Braga falou e foram tomadas notas de memória. A substância é (penso) exacta, mas a forma diverge.
A questão é outra: e se há algo mais polémico, como aqui?

Interessa-me explicar a precaridade no jornalismo. Mas não é o caso, em concreto. Alguma ligeireza na abordagem do assunto?
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Ler e comparar

Pergunta 1 no jornal a):
- Vencer em Guimarães é algo que ainda não conseguiu enquanto técnico do Braga.

Pergunta 1 no jornal b):
- "O Sp. Braga não vence há 20 anos em Guimarães, essa é também uma das poucas conquistas que ainda não conseguiu em dois notáveis anos..."

Resposta 1 no jornal a):
"Pode ser que aconteça desta vez. A equipa atravessa uma fase boa e está confiante depois de uma semana de treinos que correu bem. Além de que os jogadores sabem da importância deste jogo e estão empenhados em ultrapassar uma série de desafios futuros complexos."

Resposta 1 no jornal b):
"Pode ser agora! O grupo está numa fase boa, temos a confiança em alta, a semana de treinos correu muitíssimo bem. Só há razões para confiar."

Pergunta 2 no jornal a):
- "Que comentário lhe merecem as declarações de Pacheco, nomeadamente quando afirmou que este Braga "não estará tão forte" após as saídas de Wender e João Alves?"

Pergunta 2 no jornal b):
- "Como interpretou a ideia base transmitida por Jaime Pacheco, que considera este Sp. Braga inferior ao da época passada?"

Resposta 2 no jornal a):
"A análise de Pacheco é só dele. Prezo-o muito, mas essa não é a minha opinião pois entendo estar o Braga mais forte. A saída de um jogador, sempre o disse, é para nós motivo de orgulho e de motivação e já saíram seis... O Quim, o Cícero, o Bruno Gama, o Luís Loureiro, o João Alves e o Wender. Não podia ficar aqui a chorá-los; em vez disso fomos buscar alternativas, não nos autoflagelando. Podemos ser diferentes do que fomos no passado, mas as soluções estão cá, criámo-las, pelo que a opinião de Jaime Pacheco só nos dá motivos para sorrir."

Resposta 2 no jornal b):
"Foi apenas uma análise de um homem e de um técnico que eu prezo muito mas é apenas a sua opinião. Nem de perto posso concordar com ela, não só não acho que o Sp. Braga esteja mais fraco como acredito que está mais forte, que tem mais soluções..."
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(jc) O verdadeiro demolidor?

João Miranda, do Blasfémias, fez um exercício de jornalismo comparativo, para concluir que vários jornais ignoraram o facto de Sócrates não ter sido o verdadeiro demolidor.
Em concreto, João Miranda afirma que "Os jornalistas politicamente empenhados que não querem comprometer as suas fontes governamentais estão todos nos chamados jornais de referência". No fundo, tratar-se-á de algum tipo de branqueamento e de, portanto, parcialidade.

Eu gostaria de acrescentar duas notas:
- o facto do primeiro-ministro ter sido (apenas) o demolidor simbólico deveria ter sido referido (é um "fait divers", sem substância, mas que eu incluiria). É um pormenor que o DN ignora (às 8 da noite a SIC explorou a questão, não era portanto novidade para os jornais), mas que o Público refere na edição impressa. JN e Publico usam a palavra "simbolicamente". Correio da Manhã e 24 Horas desenvolvem o assunto. Opções.

Para mim seria fundamental referir que o gesto do primeiro-ministro foi simbólico.

- O blasfemo também diz que "Ai se fosse com o Santana...". É verdade. Santana vivia numa espiral de disparates que a comunicação social ajudou a amplificar.
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