Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Coisas que podem acontecer (e não deviam...)

Olha-se para a primeira página do DN de hoje e fica-se perplexo: a mesma notícia aparece duas vezes: «Porto vai ter a maior livraria de Portugal» (com foto) e «Maior livraria do País abre no Porto» (na coluna da direita).

A situação é tão insólita quer teria de haver uma explicação: a capa da edição de Lisboa tem outra foto e outro destaque (e apenas uma chamada); a edição que se vende no Porto é diferente e é aí que aparece a repetição.

Não desculpa o erro - que, sendo insólito, é grave - mas explica-o.

PS - a notícia é, tanto quanto percebo, uma 'cacha' do DN, mas duas chamadas...
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ACT O Público e (o arq.) Sócrátes (o interesse público)

Se o primeiro ministro em que votei e que genericamente continuo a apoiar teve responsabilidades em coisas como esta («em 1983, Sócrates autorizou a construção de uma moradia em terrenos agrícolas e fora do perímetro urbano, junto ao Mondego, em Porto da Carne. O projecto, da autoria de Sócrates, que viria a ser ministro do Ambiente, foi aprovado pela câmara contra os pareceres dos seus serviços e ainda dos ministérios da Agricultura e das Obras Públicas - estes últimos vinculativos.
O director regional de Coimbra dos serviços de Planeamento Urbanístico (Ministério das Obras Públicas) escreveu várias vezes a Abílio Curto a exigir o embargo e demolição da casa, mas a câmara nada fez. Pelo contrário, três anos depois aprovou uma ampliação da moradia com 168 m2. O projectista voltou a ser Sócrates, segundo o jornal Público
»), eu tenho o direito de o saber. Haveria alguma maneira de apurar essas informações recorrendo a meios leais? Se sim, o jornalista do Público teria sido o primeiro a ter interesse nisso. Ou então as coisas não são assim, e perde-se a confiança no Público.

Acrescento ainda: já encontrei várias vezes esta posição («Reportando a factos ocorridos nos anos 1980, os artigos que José António Cerejo ontem e hoje deu à estampa no Público chegam com, pelo menos, três anos de atraso. Em Fevereiro de 2005 teriam feito todo o sentido no âmbito da campanha para as eleições legislativas. Hoje não passam de agit-prop»); a notícia não deixa de ser notícia três anos depois; o seu impacto e consequências é que podem ser diferentes.

ACT a 6/2/08: Sugiro a leitura do comentário que José António Cerejo enviou, de que apresento um excerto: «A minha carta,de que tenho obviamente cópia e posso facultar a quem a quiser, diz, textualmente, assim: "Lisboa 22 de Agosto de 2007, Ao senhor presidente da Câmara Municipal da Guarda, Exmº Senhior,José Mendes, jornalista do PÚBLICO, para efeitos relacionados com a preparação de um trbalho comparativo sobre as práticas urbanísticas em vigor em várias regiões do país na década de 80, e ao abrigo da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (Lei 65/93), solicita a V. Exª que lhe seja indicado, nos prazos legais, o local, dia e hora em que poderá ter acesso, para efeitos de início de consulta, à totalidade dos processos de licenciamento de obras particulares entrados nos serviços dessa câmara no período compreendido entre Janeiro de 1980 e Dezembro de 1989.Com os meus cumprimentos,José Mendes, Jornal PÚBLICO, Rua Viriato 13, 1069-315 Lisboa, Fax 210 111 007".»

PS - A investigação do Público suscita diversas questões relevantes para o exercício jornalístico, desde o interesse e os critérios de noticiabilidade à obtenção de informações por meios desleais; onde é que essa discussão está a ser feita? Na página do Sindicato dos Jornalistas? Num espaço como o Clube de Jornalistas? Basicamente na blogosfera e, claro, nem sempre bem...
A página do provedor do Público também podia ser um espaço privilegiado.
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