Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quarta-feira, julho 12, 2006

Da carta de José Manuel Fernandes

o que mais me impressiona é a determinação do director do Público em não «deixar pedra sobre pedra e de questionar o que todos, mas mesmo todos (a começar por mim), fazemos em todos os sectores do jornal e da empresa».

Estou convencido de que JMF vai deixar de ser o director do Público quando as alterações estiverem concluídas - parece-me muito difícil que o director do passado («O momento que o PÚBLICO atravessa é difícil, nalguns pontos mesmo mais difícil e complexo do que os dias de crise e turbulência do resto do sector em Portugal e em todo o mundo civilizado») seja o director do futuro («preparando-se para uma verdadeira revolução nas nossas falsas certezas»), mesmo que se apresente (e isso é interessante, como a carta o demonstra) como o director do presente.
Ou seja, JMF vai liderar a transição, com todos os custos (mesmo pessoais) que isso vai significar («tudo isto em ambiente de grande turbulência, com muitas pessoas a sair e outras a entrar, como já está a acontecer e vai ter de acontecer muito mais, pois encontraremos redundâncias e sabemos que precisamos de sangue novo»), preparando o jornal do futuro.

Sobre o futuro do Público nada sei. Concordo com a análise de JMF, semelhante à de José António Saraiva, na Notícias de Sábado desta semana («com o pretexto de sermos um jornal sério, nos tornámos tão sisudos que mesmo o que é alegre noutros locais fica baço nas nossas páginas»), mas não imagino como dar a volta. E dar a volta significa confirmar os objectivos enunciados na carta aos profissionais do Público («Há novas plataformas para difundir a informação seleccionada e validada pelos jornalistas, plataformas que vão da já quase “tradicional” internet aos telefones móveis ou a dispositivos em que é possível ler num suporte digital que cabe numa pequena mala o jornal tal como é paginado em papel (e sem sujar os dedos”.»).
Como membro da direcção do clube de fãs do Público estou a torcer pelo sucesso do jornal.
(citações da carta, aqui na íntregra)

PS - «porque é que o Público, ao pretender colocar-se em questão, não leva o seu exercício mais longe e coloca a questão ao público?»
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