Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, agosto 24, 2006

ACTx3,5 Mais sobre o texto de ECT (e a posição da ERC)

Vale a pena actualizar o postal que venho construindo sobre o texto de ECT no Público de domingo, uma vez que algumas coisas estão, agora, muito mais claras:

- ECT tem carteira profissional (é o 778) e a Comissão da Carteira já corrigiu o erro (os erros acontecem, mas na CCPJ acontecem vezes demasiadas vezes, digo-o também por experiência própria);
- ECT não vai revelar as fontes que lhe disseram que houve instruções directas do gabinete do primeiro-ministro para apagar os incêndios na RTP (continuo a considerar uma acusação muito grave);
- a RTP parece determinada a não deixar cair o caso e quer a intervenção da ERC (tudo o que se fizer para esclarecer o caso é positivo);
- aquele telejornal de 12 de Agosto, como hoje José Manuel Fernandes escreve no Público, foi uma infelicidade editorial (mas se houve instruções de Sócrates, foi só para um noticiário? Um noticiário num mês não resolve o problema do governo...);

Em resumo: penso que a RTP deve explicar as suas opções editoriais naquele telejornal (e porventura mostrar que se tratou de um caso isolado) e ECT (ou alguém por ele) deve desenvolver a acusação, não a deixando resumida naquelas três linhas assassinas.

Mais do comunicado da ERC: «o Conselho Regulador deliberou iniciar um procedimento para averiguação sobre os factos e comentários atrás descritos. Entretanto, deu hoje entrada nos serviços da ERC uma queixa da RTP a propósito do artigo em causa de Eduardo Cintra Torres, que será apensa ao processo. No âmbito dos procedimentos ora iniciados, o Conselho Regulador decidiu começar por convocar para audição o autor do artigo “Como se faz censura em Portugal”, Eduardo Cintra Torres, o Director de Informação da RTP, Luís Marinho, e o Director do jornal Público, José Manuel Fernandes».

ACT a 28/06/06: Está bonito, isto: Luís Marinho ontem no Público: «O senhor José Manuel Fernandes colocou-se no mesmo plano do senhor Cintra Torres. Estão bem um para o outro» [José Manuel Fernandes é colaborador regular da RDP e da RTP]. José Manuel Fernandes na mesma página: «não foi a reacção da DI da RTP que me levou a escrever, foi a desfaçatez do assessor de imprensa do ministro da Administração Interna na carta editada pelo Público na terça-feira»; Duarte Moral, o dito assessor, hoje, nas cartas ao director do Público: «No seu estilo de maoísta arrependido (mas ainda de que o Público é a sua voz do povo particular), José Manuel Fernandes em, aliás desastrosa e ridícula, resposta (...)».

ACT a 29/8/06: Pedro Fonseca do Contrafactos valoriza a nota de rodapé que ECT inclui na crónica de ontem, relatando em cinco linhas a chamada telefónica do chefe de gabinete de José Sócrate. (Pedro Lourtie disse-lhe que as informações das suas fontes «são totalmente falsas»). Pedro Fonseca acha que isto é um desmentido assumido por ECT («O comentador não insistiu na sua tese. [nem a negou]Afinal, portanto, houve desmentido»). Eu não acho. ECT limitou-se a reproduzir o teor desse contacto. Mas não o entendo, nem de perto nem de longe, como um desmentido. Estarei enganado? Corrijo: o Pedro estava a citar Vital Moreira. Não tinha percebido.

ACT a 30/06/06: ECT hoje na ERC (via Lusa): «Escusando-se a revelar outros pormenores sobre a audiçäo, o crítico da televisäo disse que reiterou junto da ERC o conteúdo do seuartigo, publicado no diário "Público" a 20 de Agosto. "Mantenho o que escrevi", sublinhou Cintra Torres (...); Pedro Rolo Duarte no DN de hoje: «Aplicado ao próprio Cintra Torres (mero exercício de estilo, claro), permitir-me-ia afirmar que, segundo as minhas fontes (eu, jornalista), foi o PSD a encomendar o texto ao crítico, prometendo-lhe que voltará a ganhar dinheiro na RTP quando o partido regressar ao poder. Agora, o "eu cronista" opina: é escandaloso que tal suceda e alguém no Público devia pôr ordem em ECT. Sem dificuldade, opinei, dei notícias, protegi a minha retaguarda e deixei uma pessoa na lama. É assim que se faz VT. Nunca se saberia se o que escrevi é verdade ou mentira.A virtude desta espécie de jornalismo é a impunidade: qualquer um pode escrever o que quer debaixo do chapéu das "fontes", ou da liberdade de opinião, conforme a conveniência. ECT sabe como funciona a comunicação: lançada a atoarda, fica o carimbo colado a quem ele critica, e depois quem está mal que se queixe. A justiça não funciona e a memória dos homens é curta. Ele conta com isso»
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Por isso é que se chama junta de freguesia...

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