Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, março 22, 2007

ACT Sócrates não tem razão (nem é engenheiro...)

O texto do Público de hoje «Há falhas no dossier de licenciatura de Sócrates na Universidade Independente» é, como diz Sócrates, «dar expressão e publicidade a este tipo de insinuações [«campanha de insinuações, suspeitas e boatos que me pretende atingir na minha honra e consideração e que, à semelhança de outras de triste memória, assume uma dimensão difamatória e caluniosa»] ou, como se lê na nota da Direcção Editorial, «é importante verificar se referências susceptíveis de colocar em dúvida a forma como o primeiro-ministro se licenciou merecem ser investigadas»?

Claramente a segunda.
Um trabalho muito bem feito, com profundidade e bom senso. Ao nível de um jornal de qualidade. Um trabalho que prestigia o jornalismo que se quer escrutinador aos mais diversos níveis.

PS - Lamento que Sócrates compare esta questão com o rumor da campanha eleitoral. É uma comparação infeliz, porque este não só não deve ser investigado como noticiado, enquanto aquele nos remete para a dimensão pública do protagonista.

ACT a 23/3/07: O que parece incomodar muita gente não é tanto o conteúdo do texto do Público ou a (ir)relevância do caso, mas a origem da informação. Por outras palavras, e isso já se percebe no texto do primeiro-ministro, o problema são os blogues anónimos onde a informação começou a circular. Pois eu acho uma perspectiva errada: uma fonte é só uma fonte, anónima ou identificada; uma fonte não é uma notícia. Da mesma forma que alguém que liga para uma redacção e diz que o presidente do Benfica está a almoçar num restaurante com o melhor jogador do Sporting não dá origem a uma notícia sem a devida confirmação, também um blogue é apenas uma fonte de informação. O resto são preconceitos.

... E, claro, subscrevo o que diz Pacheco Pereira: «acho completamente legítimo que o Público o tenha feito e só discordo que sinta necessidade de o justificar. É exactamente isto que os jornais devem fazer para exercer a sua função: uma investigação própria, com uma agenda própria. Não há qualquer intromissão em questões privadas e nenhum preconceito contra o facto de o Primeiro-Ministro ter ou não ter um "dr." ou "eng." antes do nome. Isto só se estranha por ser raro»
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