Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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terça-feira, setembro 19, 2006

Os Morangos com Açucar no Público

«Clima de tensão marca regresso às aulas dos jovens da Barra» é o título da peça de abertura da secção de Media, do Público de ontem.
Conta-se que houve um incêndio no Colégio da Barra, que há mudança de instalações e de director, que há uma fusão de colégios. Daí a tensão...

A minha dúvida é: qual é a relevância noticiosa disto, num jornal como o Público? A história dos Morangos com Açucar não me interessa. Posso não ler? Sim, mas do meu jornal espero outro tipo de informação e, sobretudo, outras abordagens. Isto é tabloidismo.

Trata-se, no fundo, de um texto do 24 Horas publicado (por engano...) no Público.

PS - e não resolve nada dizer que terá sido feito por uma estagiária. Havia um editor
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ACT O poder das (más) fontes

O Público divulga hoje o número de escolas do primeiro ciclo que encerraram este ano lectivo. É a sua manchete. Ontem uma camarada minha tentou, junto do assessor de imprensa do Ministério da Educação, obter esta mesma informação, mas o assessor mandou-a contactar todas as escolas ou concelhos e somar... O Ministério não divulgaria essa informação. Mas parece-me evidente que o número, para estar tão pormenorizado no Público, só poderia vir de uma fonte [parabéns ao Público]. O DN também andou atrás da notícia, mas, certamente porque «tentou ontem, sem sucesso, ouvir o Ministério da Educação», conclui que «O Ministério da Educação não conseguiu cumprir a promessa de divulgar, antes do arranque do ano lectivo, a lista definitiva de escolas do 1.º ciclo que fecham portas».

Eu aceito que haja alguma distribuição selectiva das informações, mas não aceito que assessores de serviços públicos recorram a técnicas como a descrita para conseguir os seus fins.

Act a 22/9/06: «O Diário de Notícias não tem por hábito queixar-se das dificuldades que sente no acesso à informação que é controlada pelo Estado. Mas quando um gabinete ministerial, de forma premeditada e reiterada, prejudica o nosso direito a informar, quem nos lê merece uma justificação. (...) Os gabinetes ministerais escolherem os meios a quem divulgam certo tipo de notícias é uma prática vulgarizada. Mas há limites para esses pequenos jogos de poder. Uma coisa é escolher - outra, bem diferente, é obstruir. Pelos vistos, no gabinete da Ministra da Educação há quem tenha manifesta dificuldade em distinguir uma coisa da outra. Infelizmente, a iliteracia encontra-se nos lugares mais insuspeitos» (João Miguel Tavares, no DN de 20/9/06, pág. 19; não on line).
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Act A voz dos leitores (mas em 300 palavras)

Em boa hora o destino (!) me fez ler a Xis desta semana. Porque na página que se chama «A Voz dos leitores» encontrei uma coisa verdadeiramente insólita (para mim, claro...).

Dois leitores escrevem sobre o mesmo assunto [a directora, Laurinda Alves, escreveu na semana anterior um artigo dando conta de um caso pessoal envolvendo o comportamento de dois funcionários Direcção Geral de Alfândegas no aeroporto de Lisboa face a uma máquina fotográfica que comprou nos EUA e de que resultou uma multa] mas as suas cartas são cortadas rigorosamente às 300 palavras.
A primeira termina assim: «... demonstra à Alfândega que (...)» (sic) e a segunda «directora de uma revista (...)» (sic).

Laurinda ALves explica, em comentário às duas (desagradáveis) cartas que «O estrito cumprimento da Lei de Imprensa obriga-me no máximo 300 das 1558 palavras que escreveu no e-mail que me enviou. Assim sendo aqui ficam as primeiras 300 palavras, com o absurdo evidente de deixar uma frase a meio e de o seu e-mail não fazer sentido».

Gostava de acrescentar que as duas cartas não invocam o direito de resposta e que, mesmo sendo longas, teria de haver outra maneira de as tratar, nunca pelas primeiras 300 palavras. A directora da Xis, na minha opinião, não deveria ter publicado a segunda das cartas, porque é ofensiva em termos pessoais, mas deveria tê-lo assumido.

A opção das primeiras 300 palavras é um disparate grosseiro. Maltrata os leitores que escrevem [act: é certamente uma pequena «vingança» face ao comportamento dos dois funcionários em causa, mas penso que não deveria confundir o poder editorial como directora da revista e o que lhe aconteceu enquanto cidadã], é um procedimento meramente mecânico e, pior, «insulta» os leitores que lêem...
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Treta de animador

Não é a primeira nem será a última vez que deixo aqui críticas à ligeireza instalada no discurso dos animadores de rádio - aquilo a que chamo, aqui, de treta.

Ontem ouvi um dizer: «A nova [música] de Marisa Monte». E disparou uma das novas 14 músicas de um dos novos discos de Marisa Monte.

Porquê «a nova»? É tão nova como todas as outras, que foram editadas ao mesmo tempo (não é portanto uma antecipação ou um single de um disco que cirá depois...)
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