Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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sexta-feira, janeiro 06, 2006

(ACT) O novo Expresso e a sua credibilidade

O novo Expresso está amanhã nas bancas e, entre os objectivos, Henrique Monteiro fala em reforçar a credibilidade informativa.
Como leitor semanal - dos que compram o saco - deixo alguns contributos, sendo que a credibilidade se ganha sobretudo com rigor, veracidade e equilíbrio.
Mas há algumas coisas que, do meu ponto de vista, podem ser feitas (sem qualquer ordem e como meras sugestões):
- um provedor dos leitores?
- mais respeito pelas cartas dos leitores e pelos pedidos de rectificação;
- menos arrogância quando o jornal é questionado (e tem ou não tem razão);
- mais cuidado nas notícias que vão à primeira página e que nem sempre merecem esse estatuto;
- institucionalização de uma coluna de rectificações (tipo "O Público errou");
- mais cuidado com alguns protagonistas que parecem ser sistematicamente protegidos (o MNE Freitas do Amaral parece ser o caso mais recente);

ACT:Do novo Expresso:
1) A credibilidade ganha-se respeitando/valorizando aqueles que compram o jornal. Ignorar a polémica (e as acusações) feitas à manchete da semana passada é assobiar para o ar; credibilidade?

2) O que faz a crónica de Pedro D'Anunciação na página 10 do suplemento de Economia (numa página que abre com as vendas da BMW)?
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Sampaio no Diário Económico

A Presidência da República desmentiu esta manhã uma notícia do Diário Ecónómico. Em dez anos, a Casa Civil de Jorge Sampaio desmentiu algumas notícias. Mas não é normal. Anormal mesmo é desmentir uma declaração do próprio Presidente, citada entre aspas!
A Presidência diz que a declaração "é completamente falsa" o que, a ser verdade, remeteria para o domínio da fraude jornalística. Para aumentar a densidade da história, a peça no DE é assinada pelo próprio director, Martim Avillez Figueiredo, e pelo director-adjunto, António Costa.

O que é que se passou? O jornal, que reafirma a sua informação, dá uma explicação: "Perante a importância da declaração, e pelo facto de estar a falar com a porta-voz do Presidente da República, o director do Diário Económico perguntou, por duas vezes, se a frase era mesmo para ser citada.
A porta-voz do Presidente da República disse que sim, e inclusivamente modificou algumas palavras da declaração inicial
."

Parece-me uma versão muito credível, que - a confirmar-se - deixa entender algum problema de articulação na Presidência. Mas o caso também remete para um pormenor: o hábito que os jornalistas têm - e eu faria o mesmo - de atribuir ao protagonista declarações feitas por assessores ou portavozes. É certo que eles, em teoria estão lá para isso, mas talvez não fosse pior acrescentar no texto "através do assessor ou do portavoz".
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Despedidos pelo jornal

O Independente de hoje conta que o Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça contratou uma ex-funcionária de um restaurante para coordenar o gabinete de logística desse Instituto ("Justiça recruta no Sr. Bacalhau"). O presidente conta ao jornal que foi o director do Departamento da Administração Geral do Instituto quem sugeriu a contratação.

A meio da manhã de hoje, o presidente do Instituto comunicava à comunicação social que demitira a pessoa em causa mais o tal director ("cessar as comissões de serviço")!

(uma pergunta: o presidente do Instituto não sabia que isto tinha acontecido? O própio Independente conta que o caso já foi noticiado no mês passado no "Jornal do Fundão"...)
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