Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quarta-feira, outubro 17, 2007

ACT Da metamédia para o Expresso...

Se houvesse investigação sobre o trabalho dos meios de comunicação social, este seria um caso muito interessante de analisar.
Aqui ficam apenas alguns tópicos:
- A 22 de Setembro o Expresso anunciava na primeira página que «Grupo Amorim fez decreto a pedido de ministro» (não está disponível), escrevendo que «O Grupo Amorim terá elaborado uma proposta de decreto-lei para a privatização da Companhia das Lezírias a pedido de Carlos Tavares, então ministro da Economia, que depois a fez chegar ao seu colega da Agricultura, Sevinate Pinto».
- Uma semana depois, o Expresso voltava ao assunto, reafirmando que «Amorim confirma autoria do projecto», mas dando conta que não o fez a pedido do ministro Carlos Tavares. Globalmente o Expresso mantém o caso e revela que recebeu duas cartas, do Grupo Amorim e de Carlos Tavares, mas que «foi decidido não as publicar como direito de resposta por não cumprirem normas da Lei de Imprensa», isto depois de «analisadas pelos serviços jurídicos do Expresso»;
- Neste sábado, 13/10, o Expresso escreve na página 9: «Ministro não fez decreto a pedido do Grupo Amorim» (ou seja, o que já tinha sido dito a 29/9), acrescentando: «A afirmação, como agora o Expresso conclui, era insuficientemente sustentada num documento endereçado pelo Grupo Amorim (...) e cuja redacção induziu o Expresso em erro»; fala-se depois nas duas cartas recebidas («que nos permiitiram concluir que...) e termina assim: «Neste quadro, o Expresso apresenta as suas desculpas a Carlos Tavares e ao grupo Amorim pelos incómodos causados com a publicação da notícia em causa».

Faltam-me dados, como é lógico, para poder fazer uma análise (a não ser que esta foi a solução encontrada para reparar um erro, que provavelmente custaria caro em tribunal). Deixo apenas algumas ideias:
- aquele «terá» da primeira notícia foi premonitório?
- a publicação das duas cartas, recusadas, teria evitado este desfecho?
- qual foi mais errado, a publicação da primeira ou da segunda notícia?
- justificar-se-ia uma chamada à primeira página da última «notícia», na linha do que aconteceu com a primeira?

ACt a 19/10: «Se houvesse investigação sobre o trabalho dos meios de comunicação social»... E quem a poderia fazer? Principalmente as universidades, com os seus centros de investigação especializada, quase só vocacionados para análises a partir de trabalhos de campo. Falta um projecto - a partir da Internet - de metamédia, na linha do que fazem várias universidades dos EUA sempre tão citadas. Outra hipótese teórica: o Clube de Jornalistas, na vertente internética ou na revista.
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Denunciar a delinquência profissional

Manuel António Pina na última Jornalismo & Jornalistas:
«Continua a haver muito corporativismo no jornalismo, não há uma condenação profissional da classe em relação aos jornalistas que agem mal. É preciso ter-se a coragem de romper com isto e denunciar a delinquência profissional»
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