Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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domingo, maio 15, 2005

Censura?

Relativamente a isto e a isto:

Vítor Serpa congratula-se, na edição de hoje, com os resultados da sua “Semana do futebol” – ou seja, numa semana tão decisiva não ter havido grandes polémicas. A Bola reclama a sua quota-parte no sucesso.
Terá razão?
Acho muito duvidoso.
Um mérito é indiscutível: ao anunciar uma medida que é insólita em Portugal provocou a discussão. Não apenas em espaço meta-jornalísticos, mas – acredito – no próprio universo do futebol.
Mas acho duvidoso, porque tenho muitas dúvidas sobre 1) a experiência em concreto; 2) a metodologia que terá sido seguida.
1) a experiência não foi verdadeiramente testada porque não surgiram dois ou três casos que a pusessem à prova; dir-se-á: foi por mérito de A Bola. Poderá ter o seu quinhão, mas daí até…
2) censurar é uma opção errada; A Bola não explicou como faria isso, mas deduz-se que seria da forma mais simples: ignorando pura e simplesmente essas declarações. Penso que haveria outras formas, mais pedagógicas, de sinalizar a intervenção editorial no próprio espaço do jornal – afinal, em muitos casos não será fácil perceber quando é que estamos perante "expressões, atitudes, ou comportamentos que apelem à violência, ao desrespeito por princípios éticos desportivos ou à dúvida infundada sobre a integridade moral e cívica de qualquer cidadão".
Como se vê pelo exercício seguinte, ficam dúvidas.
Vítor Serpa promete, entretanto, outras semanas iguais a esta.
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(jc) Análise dos três diários

Penso que o dia de hoje terá sido a última oportunidade para testar a experiência de A Bola.
Do dia de ontem houve duas situações claramente polémicas:
- as declarações do treinador do Rio Ave, contestando a arbitragem e, em concreto, o primeiro golo do FC Porto (1);
- as declarações violentas do treinador do Boavista que – com toda a razão, permitam-me – se atirou à arbitragem do jogo em Guimarães (2).
O que fizeram O Jogo e o Record? Publicaram-nas com normalidade; acrescentando no comentário ao jogo de Guimarães uma nota negativa para o árbitro;
O que fez A Bola? Fez a mesma coisa no Guimarães-Boavista (ou seja, reproduziu o “ataque” do treinador à arbitragem e a nota negativa para o árbitro) mas ignorou a parte das declarações do treinador do Rio Ave, em que este se referia aos eventuais erros da arbitragem. Porque não se enquadram? Por falta de espaço? E no caso do Boavista
Terá sido este o seu contributo para a Semana do Futebol?

(1) “O primeiro golo foi fora-de-jogo, tendo ainda McCarthy dominado a bola com o braço”.

(2) "Era impossível ganhar aqui"
Pedro Barny não poupou críticas à arbitragem, que acusou de ter errado em lances cruciais. «Como o golo do Vitória, precedido de fora-de-jogo e a expulsão de Carlos, que justificava, isso sim, um cartão amarelo ao Silva, por simular falta inexistente», protestou. O técnico boavisteiro afirmou ainda que, «por tudo o que se viu», era «mesmo impossível ganhar em Guimarães». Para Pedro Barny, o encontro ficou decidido exactamente após a expulsão de Carlos, «que marcou a equipa», numa altura, lembra, «em que o Boavista estava a dominar o jogo e o Vitória ainda não tinha ido à baliza adversária». «Tenho jogadores a chorar no balneário, mas eles lutaram contra todas as adversidades e mereciam melhor sorte», lembrou. Quanto à expulsão de João Pinto, um comentário: «Parece que no seu final de carreira os árbitros sentem prazer em expulsá-lo. Não acredito que cada vez que ele fale com um árbitro seja mal educado, de modo a justificar tamanho castigo.»
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