Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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domingo, julho 03, 2005

Programar em rádio

Uma frase do subdirector de programas da Antena Um, lida no Público de sábado, suscita uma reflexão mais vasta. Diz Tiago Alves, a propósito das mudanças na grelha para Julho e Agosto: "Entramos em Julho com grande intensidade informativa, já que a audiência, em virtude das actuais condições do país, está mais receptiva a receber informação".

Se a Antena Um tivesse encomendado um estudo de opinião que suportasse esta opinião eu não escreveria nada. Mas como é muito pouco provável que isso tenha acontecido, a frase de Tiago Alves remete-nos para, por um lado, o drama dos programadores de rádio em Portugal, que trabalham com palpites, e, por outro, para a falta de estudos de audiência com valor científico.

O que Tiago Alves quer dizer é que lhe parece que os ouvintes estarão interessados em ouvir mais notícias do que música, apesar de estarmos em Julho. Intuição, sensibilidade, experiência, algum senso-comum, uma soma de várias opiniões, mas nada de estudos de opinião que validem uma coisa dessas - os que existem não lhe dizem nem isso nem o contrário.

Como é diferente na televisão. Aí, para o bem e para o mal, as audimetrias não enganam (ou, se enganam, é pouco...). E não há lugar a improvisos. Enquanto as audiências de rádio em Portugal continuarem a ser feitas trimestralmente, com base em entrevistas que apelam à memória dos ouvintes, não daremos o passo em frente.
Até lá, cada director de programas continuará a viver o drama de esperar que as opções da sua rádio sejam do agrado dos ouvintes. Mas só três meses depois.
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(act) A CAPITAL - os números (de LO)

Faltavam-me efectivamente estes números. Que deixam Luís Osório em dificuldades. Porque associam (injustamente?) a sua saída à quebra de vendas, porque revelam que o projecto não vingou (embora tenha passado muito pouco tempo - 9 meses) e porque aquilo que ele diz no editorial de despedida não bate certo - a não ser que se esteja a referir a valores de finais de 2004, mas já com o novo produto a funcionar.

"‘A Capital’, que vai assistir a uma mudança de direcção, após o pedido de demissão de Luís Osório, também revelou um mau desempenho em banca, vendendo agora apenas 3422 mil exemplares".

Seja como for, admito voltar a este assunto se conseguir mais dados para enquadrar a questão.

Act a 11/7: E os números definitivos apanhei-os na Meios e Publicidade: "Em Março a tiragem passou de 11.215 para os 7.939 exemplares. Há cerca de um ano, o objectivo de Luís Osório era fazer de A Capital um «jornal influente e obrigatório», o que em sua opinião só seria possível com vendas na ordem dos 20 mil exemplares".

Nota: Não possuía estes dados quando fiz o meu balanço. Mas não altero substancialmente: Osório falhou, mas principalmente porque pôs a fasquia demasiado alta. Era irrealizaável, com aqueles meios.
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