Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, abril 02, 2007

Da informação da Antena 3

As minhas notas sobre a Antena 3 não ficariam completas se não falasse da informação que lá se faz e, sobretudo, da que se pode fazer (independentemente dos meios disponíveis);

Todos concordarão que a informação da Antena 3 está claramente subavaliada (e, não, não me estou a referir ao facto de entrar um, dois ou três minutos depois da hora...). É difícil perceber a lógica da sua existência. E isso provocará alguma desmotivação.

Na semana passada, às 19horas, e quando já se sabia há 15 minutos que Quaresma não seria titular na selecção, passava uma peça com o onze provável; além disso, havia uma gravação sobre uma rede de blogues, que tinha sido apresentada 24 horas antes.

Para que serve a informação da Antena 3? Para aproveitar a produção da Antena 1 que pode interessar? Onde estão as notícias/gravações com jovens artistas, jovens cientistas, sobre jovens criadores? Onde estão as notícias, que não dependam da agenda ou venham dos jornais, sobre escolas, ensino, sobre realidade digital?

Não sei quantos jornalistas trabalham em exclusivo para a Antena 3, mas sei, por exemplo, que fazer um noticiário de três minutos liberta o seu editor para procurar mais e novas informações.

No fundo, e a terminar, contesto que a Antena 3 tenha de ser uma rádio exclusivamente musical. O sucesso da Prova Oral prova que há ouvintes para informação, para conversas, para a palavra.
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ACT Esclarecedor (Sócrates/Expresso)

Recomendo vivamente a leitura deste texto de PedroF, no Contrafactos.
É esclarecedor a vários níveis - sobre a relação blogues-jornalismo (ou viceversa), sobre a citação das fontes, etc.
Deixo um excerto (o contexto é a notícia do Expresso deste sábado sobre a licenciatura de Sócrates): «O blogue Do Portugal Profundo, que providenciou a base factual para as "investigações" jornalísticas sobre este assunto, já explicou como a "cacha" foi obtida e como se presta ao labor dos jornalistas, colocando até os seus textos sob embargo a "pedido" de jornalistas quando a "cacha" está nos seus comentários. Depois queixa-se».

Já agora: «Francisco Sarsfield Cabral, director da Renascença, confirma: na manhã em que o PÚBLICO contava a forma como o primeiro-ministro obtivera o seu diploma de licenciatura na Universidade Independente, "ligaram várias vezes para [o director da Renascença] e para a redacção a protestarem". Quem ligou? Assessores do primeiro-ministro. Porquê? Porque na estação de rádio mais ouvida no país - e que era a única que estava a pegar nas informações do PÚBLICO - o pivot rematava assim a peça: "Engenheiro não! Licenciado... talvez." A notícia vem no Expresso de ontem e é bem-vinda: o director de uma rádio assume publicamente as pressões que sofreu. (...) Ricardo Costa dá outros detalhes: ainda antes de a notícia do PÚBLICO sair, o gabinete do Governo fez vários telefonemas a dizer que "o tema não era assunto".

PS - mantenho a opinião sobre o claro interesse jornalístico da matéria em causa.

ACT a 5 de Abril de 07: finalmente um jornal cita o Do Portugal Profundo. É hoje no Público. «A pista sobre este levantamento foi dada por um leitor anónimo do blogue Do Portugal Profundo, cujo autor, António Balbino Caldeira, tem levantado, desde 2005, dúvidas sobre o currículo académico de José Sócrates». É mais do que justa esta referência, mas independentemente de qualquer consideração valorativa, a citação é um dever. E este blogue tem sido a fonte («O facto das peças do Expresso, que usaram matéria do meu Dossier, não citarem este blogue e o seu URL, como eu tinha exigido e foi acordado, é um facto que não honra o jornal e ofende as jornalistas, ainda mais quando não se seguiu, até agora, qualquer pedido formal de desculpas - com excepção daquele feito por Rosa Pedroso Lima na manhã de sábado, 31-3-2007, na sequência de telefonema meu. Se houver dúvidas sobre o que afirmo, publicarei prova»)
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