Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, janeiro 27, 2005

Mais das "vozes graves e sérias"

"Tal postura ["a linguagem do radiojornalismo pensada exclusivamente enquanto texto") tinha como contrapartida o locutor absolutamente neutro, despessoalizado, mero «instrumento de estúdio». O padrão de «sobriedade de locução» que vigorou então, e que ainda hoje é tido como o ideal em muitas emissoras voltadas para um público de elite, foi buscado, significativamente (...) na forma contida adotada pelos jornalistas na cobertura de cerimônias fúnebres. No entanto, a contenção ensaiada nunca foi suficiente para dotar a voz humana de uma neutralidade que, é de fato, impossível."
Eduardo Meditsch in "A Nova Era do Rádio: O Discurso do
Radiojornalismo Enquanto Produto Intelectual Eletrônico
"
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Fala, fala, fala...

O caso merece destaque pelo seu carácter insólito - é completamente diferente de tudo o resto que se ouve na rádio em Portugal!
O noticiário das 9h30* na Antena 1 tem habitualmente quatro ou cinco minutos, mas a regra é não ter sons! Ou seja, todas as notícias são lidas pela mesma jornalista (uma tarefa difícil, mas da qual não se sai nada mal, apesar do ritmo acelerado)...
O noticiário de hoje teve 4 minutos e 45 segundos, com 10 temas (acidente com mortos em Lisboa, mau tempo, descarga poluente em Leiria, Freitas do Amaral e o PS, abertura do ano judicial, missão humanitária na Indonésia, eleições no Iraque, novo jogo da Santa Casa, Benfica-Sporting e acolhimento de menores em instituições privadas). Em média cada notícia teve 30 segundos, três, quatro parágrafos no máximo. Mas - repito - não entrou qualquer som. Porquê? Por opção pessoal, devidamente consciente? Por indicação da Direcção de Informação? Por comodismo? É, no mínimo, curioso, por ir contra tudo o que está estabelecido sobre a capacidade de retenção da atenção, sobre a "desistência" do ouvinte a partir de 30 segundos de um mesmo registo ou sobre a função do som como elemento rítmico.

* E já que se fala em coisas insólitas, este noticiário nunca entra às 9h30. Hoje eram 9h35. É certo que, antes, vem o magistral Júlio Machado Vaz, mas não seria possível conciliar tudo sem desrespeitar a hora das notícias (que deve funcionar como um guia para os ouvintes)?
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Corrupção! Ou Relações Públicas?

Se calhar há quem entenda que um caso como este se insere numa estratégia de comunicação, no âmbito de um programa de lóbi, com recurso às técnicas das relações públicas.
Não é nada disso, é corrupção!
(via Clube de Jornalistas)
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