Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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terça-feira, maio 17, 2005

Revelar a identidade das fontes anónimas!

Esta dica de António Granado merece desenvolvimento.
E é isso que aqui proponho (embora ache que o caso precisa de ser mais discutido)!
Resumidamente: o Público, a 8/5, noticiou - sem citar qualquer fonte - que as negociações do Bloco de Esquerda com o seu candidato a Lisboa, Sá Fernandes, tinham começado há um ano. O Bloco e o advogado negaram a seguir e o jornal publicou - no dia 13 de Maio - um direito de resposta de Sá Fernandes a dizer isso mesmo.
Só que ao contrário do que costuma acontecer, José Manuel Fernandes assina, ao lado desse direito de resposta, um "Esclarecimento necessário" e, mais, revela que quem é a fonte anónima que suportara a notícia inicial: o próprio assessor de imprensa do Bloco!
JMF justifica esta situação tão rara com este argumento: "(...) os dirigentes do BE enganaram o Público e, por essa via, os seus leitores. Tal como surge consagrado no nosso Livro de Estilo, perante uma situação desta gravidade decidimos tornar públicas quais foram as fontes que afirmaram uma coisa e fizeram outra (...)".
Eu aplaudo a coragem do Público, porque é uma forma de fazer pedagogia sobre as fontes, de mostrar respeito pelos leitores e de tentar moralizar a relação. Isto é tão raro que só me lembro de um caso - em 2000 - envolvendo a Rádio Renascença e o então ministro Armando Vara.
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O dono da bola

Orlando Raimundo apresentou hoje o seu novo livro, desta vez dedicado à entrevista, e deu uma entrevista ao DN.
Um tema é particularmente interessante: a propriedade das declarações jornalísticas.
Na entrevista, Orlando Raimundo diz isto: "Para mim, no que se refere à imprensa, o autor da entrevista é o jornalista. Esta tese é polémica. O meu orientador, Mário Mesquita, não a subscreve, acha que há sempre uma co-autoria. Eu acho que só há co-autoria no audiovisual. Estou bem apoiado por investigadores universitários portugueses e brasileiros, e até juristas. O Sindicato dos Jornalistas subscreve este meu ponto de vista". E percebe-se que o antigo jornalista do Expresso está a estudar o assunto.
Sem prejuízo de uma leitura mais atenta, defendo que, na dialéctica entrevistador-entrevistado, as regras do jogo devem ser claras: depois de emitidas, as opiniões passam para o domínio público, via jornalista. Deixam, portanto, de ser propriedade do entrevistado, que não as pode reclamar, corrigir (na imprensa, rádio ou televisão). Os tribunais, no limite, julgarão este caso de propriedade como qualquer outro...

PS - é uma opinião demasiado radical? Talvez. Mas é a única que permite uma clarificação, um separar das águas, a não existência de equívocos.
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A pergunta inútil

Ninguém liga a isto, mas como me custa tanto ouvir...
(hoje em directo, às dez da manhã numa rádio - transcrevo de memória)
"... cimeira que está a bloquear as principais ruas de Varsóvia, com diversas ruas cortadas, muita polícia e militares, tudo em nome da segurança. É isso que se passa aí em Varsóvia, repórter...?"
O que é que a repórter podia dizer? Que não?
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