Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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sexta-feira, março 09, 2007

ACT As minhas segundas do novo Rádio Clube (RC)

Depois de um período de análise, e depois da primeira análise (28 comentários!!!!), volto ao tema do Rádio Clube - que é afinal Português.

Duas ideias principais:
1) confirma-se a aposta num tema, a maior parte das vezes alternativo à actaulidade geral. Esse tema é trabalhado e promovido na antena e comentado pela «rede de influência» do RCP. É a fórmula ensaiada por Luís Osório no falecido A Capital. A dúvida é se, como aconteceu com o jornal, os ouvintes estão disponíveis para serem conduzidos para uma via alternativa, que tem como consequência a desvalorização dos temas que estão nas outras rádios, vão aparecer nas televisões e (já estão) nos jornais. Com A Capital a coisa não resultou muito bem. Mas devo dizer que, tal como aconteceu com o jornal, pessoalmente gosto do esforço de correr por conta própria;

2) confirma-se que o RCP, ao nível informativo, existe quase só de manhã. Depois os noticiários são claramente deficitários - e tenho dúvidas de que alguém que queira informação os vá ouvir. Fora da redacção de Lisboa a situação é ainda mais dramática: só conheço os do Porto, mas é de ficar com os cabelos em pé, tantas as falhas técnicas (às vezes, a primeira notícia não entra ou entra a meio!). A abordagem, à base de registos telefónicos, é demasiado paroquial (nota-se que há poucos jornalistas);

Outras notas:
- desiludido com as entrevistas de Luís Filipe Borges; não têm mais-valia;
- ao fim de semana coexistem estranhamente várias «rádios»: da mais selectiva e exigente à mais abrangente e tolerante (Paulo Ferreira de Melo);
- João Adelino Faria está mais seguro; mas - por força, penso, do improviso - continua muito opinativo, sobretudo nos «rodapés» (e com duas consequências básicas: repetitivo ou desnecessariamente polémico)

PS - lembro que, para alguém interessado no fenómeno mediático, a mudança do RCP é muito interessante; para quem trabalha na TSF, o RCP é concorrência pura; as minhas reflexões não podem ser dissociadas desta dialéctica ontológica!

ACT a 11/03/07: A montante, no projecto do RCP, há a curiosidade de avaliar o impacto da reformatação. Há muito tempo que (o formato de )uma rádio em Portugal não mudava tão radicalmente, a ponto de se poder dizer que os ouvintes de ontem não serão certamente os de hoje. Para onde foram os de ontem? De onde vêm os de hoje? Os de hoje serão mais do que os de ontem? Este parece perdido.
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