Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quarta-feira, junho 29, 2005

Definitivo, é superioridade cultural!

A cena passou-se esta manhã no estúdio da Antena 3, entre as nove e meia e as dez da manhã. O programa recebeu a visita de uma estrela porno, que vem abrilhantar o Salão Erótico de Lisboa. Espanhola. Que, como qualquer espanhol, fala apenas na sua língua, sem o menor esforço para se adaptar. O problema resolve-se com os entrevistadores a falarem com ela em castelhano, quase perfeito no caso de JC Araújo, bastante razoável no de Ana Lamy (e Nuno Markl apenas tenta). Durante meia hora ouve-se falar castelhano na rádio portuguesa. Sem qualquer esforço de tradução.

Os leitores mais antigos sabem que várias vezes abordei esta questão nesta página. Cansei-me. Porque encontrei uma explicação que me satisfaz: os portugueses, com uma auto-estima tão fraquinha, vingam-se quando têm de falar outras línguas. Os espanóis não percebem português? Não há problema, a gente humilha-os, falando castelhano. E os ouvintes (portugueses, já agora)? Não há problema, eles percebem. Todos os portugueses percebem (e falam) castelhano. Tradução? Qual tradução?!

Uma coisa destas nunca aconteceria numa rádio espanhola, francesa, britânica ou eslovaca. Pois não. É evidente a nossa superioridade cultural!
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Sensacionalismo? (compare as diferenças)

Título:
"Lidl entope tribunais contra ladrões de um euro"
"Lead" (primeiro período):
"O Tribunal de Braga vai julgar uma mulher acusada de furtar um objecto no valor de 2,79 euros no interior de um supermercado Lidl e a quem é pedida uma indemnização de 300 euros, segundo disse à agência Lusa uma fonte judicial".
Quase no fim:
"Segundo fonte judicial, a administração do Lidl manda frequentemente para tribunal os furtos que detecta, incluindo os de objectos de muito baixo valor, mesmo que tenham sido devolvidos na ocasião. Isto sucede em todas as comercas do país onde o Lidl está instalado e muitas vezes o valor do furto é de apenas um euro, (...) este é o tipo de casos que ajuda a entupir os tribunais".
(no Público de hoje, abertura do suplemento local/Porto, sublinhados meus)

Questões:
- quem suporta uma afirmação destas? A fonte, embora anónima, tem um conhecimento rigoroso do país todo?
- por que não números? É em todas as comarcas? É um caso único, este do Lidl, ou há outras empresas a entupir? Atenção que o título diz: "Lidl entope tribunais". E mais, entope com "ladrões de um euro". Rigor?

PS - Título da mesma notícia da Lusa, transcrita pelo Público: "Tribunal julga mulher que furtou objecto de 2 euros no supermercado Lidl"
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