Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com


Peço o favor de actualizarem as vossas bookmarks e eventuais links. e de continuarem a ler e a comentar na nova morada.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

"Atingir a liderança"

Sou um fã de Miguel Coutinho - embora nunca tenha trabalhado com ele. Com esta Direcção o Diário de Notícias só pode melhorar.
Mas o novo director do DN não faz por menos: estabelece uma meta quantitativa, como os bons gestores fazem nas empresas, que significa subir a fasquia.
«Eis os nossos compromissos: atingir a liderança no nosso segmento (...); e, sobretudo, posicionar o Diário de Notícias no seu lugar de sempre. Ou seja, o de referencial de independência e equilíbrio da imprensa nacional
Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com. Comente na nova morada.

Isto é jornalismo!

Alguma insistência de textos sobre a invasão do marketing na área editorial ainda me transforma numa espécie de "aiatola" (que palavra, mas existe...). Para evitar confusões (comigo próprio...) deixo um exemplo notável de óptimo marketing ao serviço do jornalismo: o Diário Económico fez hoje uma edição especial sobre a demissão do governo (e aos feriados os económicos não se publicam). Vendeu pouco? Provavelmente, mas fez a diferença (ao conseguir notoriedade). Nos primeiros dias de funções, Martim Avillez Figueiredo já marca.
Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com. Comente na nova morada.

Subsídios para a polémica das agências de comunicação

Em finais de Maio do ano passado, o ex-ministro da Saúde Correia de Campos contou, durante um debate que decorreu na Escola Nacional de Saúde Pública (Lisboa) este caso. Reproduzo-o da forma como o fixei:
Como ministro apanhou uma chamada "crise das meningites" e viu-se pressionado pela opinião pública a autorizar um plano de vacinação que permitiu a um laboratório vender 10 milhões de euros de vacinas em 15 dias.
Correia de Campos disse nesse debate que, mesmo nessa altura, achava o plano desnecessário. Mas autorizou. Porquê?
O ex-ministro falou na existência de uma cabala, envolvendo o referido laboratório (que não citou), uma empresa de relações públicas (que não nomeou) e delegados de informação médica, transformados em informadores. Mal sabiam de mais um caso, avisavam o laboratório, que avisava a empresa de RP, que avisava os jornalistas. Ainda antes do ministro saber...
Quando Correia de Campos aparecia em público, os repórteres confrontavam-no com "mais um caso sr. ministro. Que pensa fazer?".
O ministro cedeu e autorizou o plano.
Elucidativo?
Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com. Comente na nova morada.

O que eu acho

1) Ao contrário do que disse Salvador da Cunha (APECOM/Bairro Alto), no debate do Clube de Jornalistas, a actividade de consultoria não é escrutinada; alguma vez foi?
2) Deveria existir uma inscrição obrigatória, um estatuto do consultor ou assessor (ou dos dois...)e uma forma de avaliar deontologicamente essa actividade;
3) O conselho em comunicação/as relações públicas/a assessoria é uma actividade muito importante, demasiado importante para ficar apenas nas mãos dos consultores, relações públicas ou assessores!
Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com. Comente na nova morada.