Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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terça-feira, maio 03, 2005

Agora, algo completamente diferente

Magalhães Crespo, gerente da RR, deu uma entrevista a O Independente de há duas semanas.
Durante este período de tempo, o recorte tem estado em cima da minha mesa. E não é tanto por ter medo de estar a fechar a porta da RR, é porque precisei de mais tempo para tentar formular algumas ideias de modo a que não haja más interpretações, sobretudo de quem lá trabalha.
O que diz Magalhães Crespo?
Basicamente isto:
(...)
"- A Renascença aceita um jornalista que seja ateu?
MM - Um jornalista ateu provavelmente viria enganado e não se sentiria bem aqui.
- Porquê?
MM - Porque estamos aqui a cumprir uma missão. Se alguém não estiver de acordo com a orientação geral da casa dificilmente se vai enquadrar. Mas tenho admitido pessoas que não são crentes.
- A missão da Renascença é fazer jornalismo ou passar a mensagem de Deus?
MM - A missão da Renascença é ser a emissora católica portuguesa antes de tudo o mais.
- Quem ouve a emissão da Renascença pode esperar uma informação isenta em aspectos religiosos?
MM - Isenta, completa e objectiva. É a norma que existe".
Algumas ideias:
- registo a honestidade de MM;
- mas fico com esta grande dúvida: como é que é possível conciliar uma informação isenta e objectiva com o cumprimento de uma missão?
(com mais alguns contributos que possam chegar, tentarei uma sistematização daqui a alguns dias)

PS - atenção a este jornalista de O Independente, autor da entrevista, José Eduardo Fialho Gouveia. Tem talento!
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Alguém me explica o que isto quer dizer?

"Durante a sua intervenção, o presidentre da APR afirmou ainda que é «díficil existir liberdade de informação com uma lei tão apertada», referindo-se às quotas de notícias da região que as rádios locais devem respeitar" (in Público de 1/5/05, "Congresso de Radiodifusão pede alteração da Lei da Rádio").
Portanto, o facto de a lei obrigar a um determinado número de notícia(rio)s locais faz com não haja liberdade de expressão?
Se alguém me explicar, agradeço!
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A PGR investiga há há mais de três anos

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Audiências e serviço público (mais...)

Almerindo Marques deu uma entrevista ao Público de ontem. Um quarto do espaço é dedicado à RDP. E de que é que fala AM? De investimentos tecnológicos e de aumento de audiências. Mas nada de serviço público.
Acho lamentável que as preocupações sobre o serviço público se dirijam todas para a televisão. Há uma ideia de serviço público para a rádio, que não esteja suportada em audiências?
Se é mais ou menos pacífico que a Antena 3, como a conhecemos, não configura propriamente uma ideia de serviço público, que dizer da Antena 1?
Audiências e serviço público não são compatíveis; ou seja, quanto maior for a audiência menor será o...
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A invasão do marketing

Uma história lapidar no Diário Económico de hoje: "A empresa do grupo espanhol Telefónica Móviles investiu 7,5 milhões de euros na comunicação do alargamento do negócio a dez novos países da América Latina e apostou na utilização de estratégias de publicidade pouco usuais.
De entre elas, estão a inserção do novo logótipo da marca nas capas das revistas e nos títulos das notícias de jornais informativos espanhóis, sem que haja uma identificação clara de se tratar de conteúdo publicitário. (...)
Juanjo Berganza, director de comunicação da Movistar, sublinhou ao DE que a utilização destes suportes pressupôs a “aceitação por parte dos órgãos de comunicação social”, acrescentando que “não considera haver qualquer desrespeito pelas normas deontológicas”.»

Esta última declaração é notável, porque demonstra que se pode fazer tudo, achando que não se está a fazer... nada!


PS - o vice-presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas alerta, nessa mesma notícia do DE, para algo que já tantas vezes aqui tratei: "Avelino Rodrigues alerta para a falta de identificação da publicidade redigida, “que leva o leitor a pensar que está a ler uma notícia quando afinal se trata de promoção”."
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