Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, julho 11, 2005

(sint) O arrastão - fim

Muito já se escreveu sobre o pseudo-arrastão e nem é possível deixar ligações para alguns das páginas que sobre ele se pronunciaram. Não seria justo, são, mesmo, muitos.
Penso que, também por isso, se justifica uma síntese, a partir deste texto:

- No ano passado houve a cobertura do Euro 2004 que envergonhou o jornalismo; em 2005 o pseudo-arrastão candidata-se à mesma distinção;
- As últimas informações dadas pelo comandante da PSP de Lisboa demonstram por um lado a fragilidade da nossa polícia, mas igualmente a fragilidade da nossa produção editorial (nem que seja por uma questão de marketing, reconhecer o erro seria positivo);
- Diana Andringa tem o GRANDE mérito de ter mostrado o embuste jornalístico. Mas não se livrou de acusações desnecessárias de aproveitamento político (é candidata do BE à Câmara da Amadora) nem esclareceu o que é que entende por manipulação (eu continuo a pensar que se tratou principalmente de incompetência e precipitação);
- Como dizia ontem no JN o provedor Manuel Pinto, este caso foi discutido sobretudo à margem dos "grandes medias". O título, aliás, diz tudo: "Vozes que não se ouvem nem lêem nos media".
- Os leitores deste blogue deram o seu contributo: penso não estar enganado (não tenho nem faço estatísticas de nenhuma espécie), mas não me lembro de um tema suscitar tantos comentários úteis.
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A GR e as fontes; Joaquim Vieira explica

Joaquim Vieira deixou hoje uma resposta nos comentários a este texto, que não hesito em transcrever aqui (sublinhado meu):

"Há muito que considero, de facto, que é o jornalista que tem a obrigação de verificar se a fonte actua ou não de boa fé, se a informação que transmite é fidedigna ou não. Se a informação está errada, se a fonte enganou deliberadamente o orgão de informação, a culpa é sempre do jornalista, que foi na cantiga, que não fez o trabalho de casa (verificação com outras fontes, etc.), isto é, não foi um profissional competente. Caso contrário, entramos num terreno pantanoso, em que as fontes nunca sabem se os jornalistas as podem denunciar ou não, porque eles vão decidir a seu bel-prazer se foram ou não enganados (vide o caso do DN com o ex-director de PJ, Fernando Negrão). Ou seja, é impossível traçar uma linha entre "intenção de enganar" e "intenção de não enganar" - isso fica sempre ao livre arbítrio do jornalista. Ou quem é que, se não ele, poderá julgar das intenções verdadeiras das fontes? Será uma forma de os jornalistas fugirem às suas responsabilidades."
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Isto está bem?

Do Público de ontem (pág. 13):

"TC viabiliza aumento escandaloso dos partidos na Madeira"

Escandaloso?

Os leitores mais fieis sabem que, na maior parte dos casos, defendo uma ideia conservadora do jornalismo, relativamente a algumas inovações/adulterações que se verificam, sobretudo, nos últimos anos. É mais um caso.

Também acho que os aumentos em causa são realmente escandalosos, mas o jornal não o deve dizer (porque é uma forma de enviesar a leitura, é uma forma de ser parcial*) - a menos que tenha alguém para citar. E não é o caso.

Se alguém tiver o Livro de Estilo à mão e puder ajudar a enquadrar a situação (uma vez que só amanhã o posso fazer) agradeço.

* Se no jornal acham que o asusnto é escandaloso, então podem tratar o assunto jornalisticamente, desenvolvê-lo, procurar reacções, explicações, ouvir as partes, etc. Será o seu contributo.
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