Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, outubro 24, 2005

Chamem-me nomes se estiver enganado, mas...

É - para mim - absolutamente incompreensível a super-atenção que a generalidade dos jornalistas têm dado ao piloto português preso na Venezuela.
É certo que, agora, Luís Santos está em prisão domiciliária e tem um telefone por perto, que facilita o contacto, mas a proximidade jornalística já vem de trás.
Algumas notas sobre a minha perplexidade:
- o piloto é um dos quatro portugueses detidos na Venezuela envolvidos no mesmo caso; e o que é que se sabe dos outros?
- os jornalistas acham que Luís Santos é mais inocente do que as três senhoras? E a presunção de inocência não é abstracta? As senhoras falam?
- Luís Santos (que obviamente beneficia e faz muito bem) fala quase todos os dias. Porquê?
- o que é que é notícia, aqui? Um ano à espera de julgamento? Há tantos Luís Santos em Caxias, Custóias, etc... 20 adiamentos? E quantos adiamentos, em dois ou tres anos de espera, não acontecem por cá todos os dias (os dirigentes venezuelanos até já nos puxaram as orelhas...);
- a intervenção do poder político? Devo acrescentar que as notícias começaram muito antes dessa intervenção, mas agora os nossos políticos intercedem por uns e não por outros?

Eis um caso lamentável, sem justificação ou enquadramento jornalístico. Muito diferente deste, na minha opinião.
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Sou a favor de sanções profissionais

Francisco Teixeira da Mota, em mais um dos seus excelentes textos de domingo no Público, manifesta-se contra a proposta de alteração do Estatuto dos Jornalistas, nomeadamente na parte em que este prevê a responsabilização disciplinar.
Francisco Teixeira da Mota é contra e explica porquê ("a criação de um terceiro organismo, para além da entidade patronal e dos tribunais, perante o qual os jornalistas passam a ter de responder e a ser punidos pelo que escrevem, constitui um acrescido risco de atentados à sua liberdade de produzir informação e à nossa de a receber"); eu, genericamente, sou a favor: tem de haver alguma forma, para além da censura social, de punir falhas profissionais graves - não vou discutir pormenores, até pela falta de informação no momento, mas interessa-me o princípio.
[precisamente por falta de tempo ainda não pude ler a proposta em causa para alterar o Estatuto dos Jornalistas]
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ECT vítima de si próprio?

Sou dos que acham que um crítico (ou um jornalista) tem de ter as suas incompatibilidades muito bem definidas. E não é a primeira vez que aqui me refiro a eventuais incompatibilidades profissionais do crítico de televisão Eduardo Cintra Torres.
Ontem, no Público, o crítico do Olho Vivo conta como é que terá sido vítima de si próprio:
"No sábado, 8 de Outubro, o PÚBLICO incluiu um texto do deputado do PS Arons de Carvalho em que, pela terceira vez desde 2001, ele, totalmente a despropósito, "denunciava" (a palavra é dele, em 2001) uma minha relação profissional com a Media Capital (a co-autoria de canais de música na internet); no dia seguinte e no mesmo local, voltei a esclarecer essa colaboração; e escrevi que ela não condicionava a minha opinião sobre o interesse do PS e do governo na compra da Media Capital pela Prisa.
Seis dias depois da denúncia de Arons, a Media Capital interrompeu essa minha colaboração. Desta forma, ficou satisfeita aquela que era, na minha opinião, a intenção da denúncia.
Não é a primeira vez que, em plena "democracia consolidada", sou prejudicado na minha actividade profissional por "delito" de opinião. Mas não tenciono vergar-me a pressões e prejudicar com isso a minha consciência e a opinião que presto aos leitores
."

(é evidente que acho censurável o caso. Mas espero que ECT continue a escrever sobre televisão - e rádio...)
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