Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Contra a desinformação, marchar, marchar

«1) O trabalho de José António Cerejo no 'Público', sobre as assinaturas de Sócrates a projectos que não eram seus, mas de outros engenheiros, pareceu-me sério, seguro e bem documentado. Não conheço jornal independente no mundo que não o publicasse.
(...) 4) A reacção de Sócrates é desproporcionada. Na verdade, o primeiro-ministro não discute os factos que a notícia em causa lhe assaca. Apenas diz que os projectos são seus, mas não explica por que motivo fez projectos tão maus na Guarda, nem abre os processos a consulta para se avaliar se seriam ou não da sua autoria. Apenas discute as motivações com que a notícia foi feita. Ao reagir assim, ele não desconhece a pressão brutal que coloca sobre os jornais e sabe que qualquer notícia, comentário ou crítica menos favorável são vistas do ponto de vista do combate político e não como devem ser escrutinadas: através do critério da veracidade. Independentemente de a notícia ser verdadeira, ataca-se de forma violenta os autores da mesma, na reedição cansativa da morte do mensageiro.»
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Daniel Oliveira e Scolari (jornalismo e corporativismo)

Volto a um tema de certa forma recorrente neste blogue: o trabalho jornalístico feito por não-jornalistas.
É um tema polémico, na medida em que de imediato surgem as acusações de corporativismo. Tenho tentado demonstrar, ao longo destes anos, que não tenho posições corporativas face à classe, mas isso não é contraditório com a defesa inequívoca do jornalismo.

E volto ao tema porque vi esta semana dois programas feitos por Daniel Oliveira na SIC, sobre a selecção de Scolari - imagens únicas e mesmo históricas, nomeadamente aquelas que mostram o interior do balneário antes de grandes jogos.

Há muito que Scolari e Daniel Oliveira estabeleceram uma forte relação; Scolari percebeu que tinha em Daniel Oliveira um interlocutor privilegiado, que lhe dava não só palco como segurança; a questão é que Daniel Oliveira não faz jornalismo, não se baliza por critérios jornalísticos (nos temas, nas perguntas, na equidade), pode fazer o que e como entender, sem qualquer tipo de escrutínio (que não seja o das audiências; o telespectador, certamente, nem fará a diferença).

Scolari teria escolhido Daniel Oliveira se ele fizesse jornalismo? O certo é que não há outro interlocutor (e Nuno Santos sabe bem disso...).

A situação é de tal maneira perversa que, enquanto esteve na RTP, várias vezes jornalistas fizeram trabalhos com declarações que Scolari fez não a eles, mas a Daniel Oliveira. Em exclusivo.

PS - percebeu-se finalmente porque é que Portugal perdeu a final do Euro 2004; Scolari falou de tudo no balneário menos de futebol...
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