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terça-feira, setembro 26, 2006

CORR e ACTx2 A «nova» Renascença e a música

Mais do que uma nova grelha, a Renascença apresentou um novo slogan* e principalmente uma nova filosofia musical, assente - segundo os seus responsáveis - nas décadas de 60 e 70 e nos sucessos da actualidade (além de um programa mensal, em que participam Sampaio, D. José Policarpo e Balsemão).

Penso que a Renascença se encontra numa encruzilhada: as audiências estão em queda, apesar de continuarem globalmente altas; o público está envelhecido (dados de 2004: 54% têm mais de 55 anos), a informação diária dificilmente pode ser reforçada face ao que acontece já hoje em dia (até porque isso poderia pôr em causa os princípios religiosos da Renascença CORR: estas duas últimas frases precisam de ser esclarecidas, porque, na voragem da escrita, ficou uma ideia errada em relação ao que eu pretendia dizer, que a dependência religiosa não deixaria fazer mais jornalismo - o que quero dizer é que a RR já tem muita informação e dificilmente poderá ter mais sem pôr em causa o seu modelo de rádio de inspiração católica, com um produto dirigido a uma faixa da população portuguesa; com mais, penso, iria descaracterizar-se, iria ser outra Renascença completamente diferente e talvez já não fosse a Renascença...; acho que já o disse mais do que uma vez, eu trabalharia na Renascença) e portanto resta a música.

De acordo com uma investigação própria - e que proximamente estará na internet - 61% da música transmitida (em Dezembro de 2005) era posterior a 1990 (recente, portanto). E 58% era das décadas de 80 e 90. Agora o seu director de programas fala em reforçar a música das décadas de 60 e 70. Ora estas duas décadas, no estudo que fiz, representavam apenas 12%. Estamos, portanto, perante uma transformação radical da música da Renascença? Muito mais surpreendente, parece-me, se se acrescentar que o objectivo desta grelha é reforçar o auditório entre os 35 e os 54 anos. Com a música das décadas de 60 e 70?

* O slogan é «A Boa Onda da Rádio»; parece-me demasiado vago.

ACT a 28/9/06: disseram-me que houve um erro de interpretação de quem esteve na conferência de imprensa de apresentação das mudanças na RR, que a rádio iria procurar pessoas nascidas nas décadas de 60 e 70 e não apostar na música dessas décadas; se é assim, lamento não ter lido o esclarecimento/correcção. Por falar em correcção, esclareci uma parte do texto inicial

ACT a 30/9/06: cada vez me convenço mais de que houve um erro de interpretação sobre a tal questão das músicas. Eis o parágrafo da Lusa em causa: «(...) a emissora católica vai reajustar e investir mais na selecção musical, apostando nos grandes êxitos das décadas de 60 e 70 e nos novos sucessos» («Rádio: Renascença adopta atitude positiva para captar novos públicos», 26/9/06, 14h07).
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