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sábado, maio 07, 2005

Relatas à Perestrelo!

Há duas escolas no relato de futebol (português?): aquela que procura a sobriedade sem ser monótona, a equidistância sem ser cinzenta, o rigor jornalístico compatível com o acto mais difícil de desempenhar na rádio; e aquela que apela à emoção, que privilegia o espectáculo, que espalha opinião na liberdade da palavra.
Prefiro claramente a primeira, mas reconheço que está em perda (ou não se desse o facto de os seus melhores/recentes expoentes estarem fora – David Borges, Carlos Daniel – ou em fim de carreira – Ribeiro Cristóvão). E está em perda muito por culpa de Jorge Perestrelo!
Perestrelo é o expoente dessa outra escola de fazer o relato desportivo, muito inspirada no Brasil (onde viveu). Perestrelo partiu, mas durante várias gerações dir-se-á que “aquele relata à Perestrelo” ou que outro “tem a mania que é o Perestrelo” – para já não falar das suas expressões mais características...
Nesse aspecto, Perestrelo não foi apenas “o maior” mas sobretudo o único. E se se costuma dizer que ninguém é insubstituível, no actual contexto da rádio portuguesa ele era realmente único – a sua morte deixa órfãos os ouvintes fiéis(e tinha-os!).

PS – Provavelmente o mais acertado seria ficar por aqui, mas como não quero ser hipócrita, e porque várias vezes o critiquei internamente, tenho de acrescentar que, até pelo exposto na parte inicial deste texto, não guardo as melhores memórias de Jorge Perestrelo como jornalista. Mas nada disso importa, agora! Paz à sua alma, que é o mesmo que dizer ripa na rapaqueca, Jorge!
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