Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, agosto 21, 2006

ACTx2 Perplexo e triste

Eduardo Cintra Torres (ECT) faz, no Público de ontem, uma grave acusação sobre o jornalismo na RTP e o governo de Sócrates: a propósito da cobertura dos incêndios pela RTP, escreve «(...) as informações de que disponho indicam que o gabinete do primeiro-ministro deu instruções directas à RTP para se fazer censura à cobertura dos incêndios: são ordens directas do gabinete de Sócrates».

Li ontem e esperei hoje para ver no que dava: repito, é uma acusação muito grave. Mas, hoje, só o 24 Horas pega no assunto, anunciando a vontade de Luís Marinho em processar ECT.

Das duas, uma: ou ninguém leva a sério o que diz ECT (e isso é grave para a credibilidade do próprio e para o Público, jornal onde escreve e que, assim, é o primeiro a ignorar o potencial noticioso de uma acusação como esta) ou o jornalismo português está pior do que eu imaginava. Lamento, em qualquer dos casos.

PS - Espero que ECT dê mais informações sobre este caso.

ACT a 22/8/06: Ainda bem que o assunto faz o pleno nos jornais de hoje, ainda que em vários (JN, DE ou JdN) a notícia se limite a repetir o que disse ontem o 24 Horas (claramente o mais dinâmico no tratamento deste caso): a intenção da direcção de informação da RTP de processar ECT. Ao DN (o mais completo), CM e ao Público, o crítico diz que as informações lhe foram dadas por fontes que lhe merecem «o máximo crédito» e de que não revela a identidade. Nada mais, portanto (David Damião, do gabinete do primeiro-ministro, nega, como é óbvio). Mas concordo com o que se pode ler no Público: o tribunal poderá ser um bom local para apurar a verdade. Uma nota final: ECT argumenta que como jornalista não revela a identidade das suas fontes, mas parece-me que ECT não poderá invocar esse direito...

ACT a 23/8/06: Ontem, na Sic-Notícias, ECT terá confirmado que tem carteira profissional de jornalista, quando interpelado directamente por Luís Marinho. A questão, do meu ponto de vista, não tem nada de corporativo: é que o problema essencial nesta polémica não é o do tratamento dos incêndios por parte da RTP e daquele noticiário em concreto (em que me parece que ECT tem alguma razão), mas a grave acusação que ele fez. E que ECT diz ser baseada em fontes confidenciais. E essa, promete a RTP, será derimida em tribunal.
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