Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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sexta-feira, agosto 12, 2005

A reportagem (ciclística) na rádio

As chegadas da Volta a Portugal são um clássico na reportagem de rádio - embora a tecnologia tenha tornado o ciclismo de alta competição um produto altamente televisivo (muito mais do que o futebol, que decorre num espaço fechado).
Acontece que o próprio directo, com as emoções que gera, e o facto de nem sempre termos uma televisão à mão gera interesse na reportagem radiofónica.
Eu, sinceramente, não consigo ouvir!
Há, nessas chegadas, alguns dos momentos mais deprimentes da reportagem em rádio: repórteres descontrolados e/ou eufóricos berram, atropelam-se, tratam ciclistas por tu e dirigentes na terceira pessoa, entrevistam estrangeiros em diversas línguas (nomeadamente italiano - os ciclistas, que correm em Portugal, não compreendem português, mas os ouvintes, que são portugueses, têm de compreender italiano!), conversas quase sempre atabalhoadas.

Talvez por ser em Agosto talvez por ser ciclismo (mais desorganizado? com um estatuto menor face, por exemplo, ao futebol)), a verdade é a rádio bate no fundo, por estes dias.
Eu gosto demasiado da rádio e da reportagem radiofónica (inclusive desportiva) para conseguir ouvir.

PS - coloco aqui esta nota, apesar do ambientes sombrio do texto, como sinal de esperança: já tinha sido noticiado, mas o DN de ontem diz que Paulo Sérgio começa na RDP já na próxima semana. A RDP (Antena 1) só pode ganhar com ele lá.
Embora, pessoalmente, eu tenha uma concepção diferente do que deve ser a informação desportiva num canal de serviço público (há, no mínimo, algum exagero, nesta altura), Paulo Sérgio - que é como aqueles jogadores que não sabem jogar mal - é uma clara mais-valia para o desporto na RDP.
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TVI "tablóide/sensacionalista"?

O director da RTPN deu na quarta-feira uma entrevista ao Correio da Manhã em que fala de várias coisas, entre elas a ideia da TVI de lançar um canal de economia. Diz José Alberto Lemos: "Temo que não haja mercado para um terceiro canal de informação generalista. Depois, o perfil de informação da TVI deixa-me muito apreensivo, por ser tablóide/sensacionalista".

Como sabem os leitores desta página, esta coisa das diferenças entre tabloidismo e o sensacionalismo é um dos temas recorrentes. Esforço-me por tentar demonstrar que são coisas diferentes e, muitas vezes, incompatíveis. Mas quando se juntam dão uma coisa terrível. Alguns pressupostos:
- tabloidismo tem a ver com os assuntos escolhidos (social, figuras públicas, televisão, sucesso, casos pessoais, desgraças, etc); sensacionalismo, com a forma como os assuntos são tratados (basicamente, quando há uma desadequação entre o enunciado - os títulos - e os factos/a realidade);
- o "24 Horas" é um jornal tabloidista, mas não sensacionalista; o "Crime" é um jornal sensacionalista (e por vezes tabloidista).
- vários tabloides britânicos (os mais populares) são também sensacionalistas (não é por acaso que se sucedem as condenações em tribunal);
A TVI tem um perfil "tablóide/sensacionalista", como diz José Alberto Lemos?
Se ele acha que as duas palavras querem dizer a mesma coisa, sim; se são conceitos diferentes, não. A TVI é muitas vezes tablóide, mas considero que, globalmente, faz um jornalismo rigoroso e correcto (ou seja, as suas notícias são verdadeiras, sem especulação ou exageros).
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