Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, fevereiro 03, 2005

"45 segundos"

Sabe-se, sobretudo pela experiência norte-americana, que este tipo de debates, de tão pressionados pelas exigências dos intervenientes, dificilmente se podem considerar um acto jornalístico.
É, quando muito, um meio-termo, um compromisso entre os tempos de antena e jornalismo em sentido puro.
O desta noite foi um bom exemplo disso: apresentava regras claras e que foram seguidas leoninamente pelo moderador, Rodrigo Guedes de Carvalho.
"Trinta segundos"
Ficam, a quente, algumas ideias:
- Se por um lado se conseguiu condensar num tempo razoável as respostas dos prolixos políticos nacionais, por outro o modelo mostrou-se tão rígido que se assistiu a uma coisa verdadeiramente insólita: os jornalistas a pedirem aos políticos para não cruzarem argumentos, para não se confrontarem, quando eles o queriam fazer;
- Difícil o papel de Rodrigo Guedes de Carvalho, a fazer de sinaleiro. "Vinte segundos". O sistema de luzes não é visual nem semânticamente eficaz e pode ser melhorado. Com um relógio? Provavelmente. Desde que evite a omnipresença do moderador (ou muito me engano, ou há aqui material de sobra para o Gato Fedorento...);
- O formato também precisa de ser melhorado ao nível das perguntas suplementares de esclarecimento: fazem todo os sentido, mas se são feitas tem de existir tempo para serem respondidas (e não, como aconteceu, fazê-las e depois não dar tempo para as respostas);
- Aliás, mais do que na formulação das perguntas genéricas (bem feitas, mas obviamente... óbvias) foi nesses momentos suplementares de esclarecimento que se justificou a presença dos jornalistas; caso contrário, fazia-se uma lista de perguntas e mesmo um moderador não jornalista as ia controlando;
"Dez segundos"
- Ricardo Costa pareceu-me o mais à-vontade, Maria Flor Pedroso a mais tensa. Mas tiveram tão pouco tempo para desempenhar a função...
- Antigamente (!) os políticos guardavam para estes "grandes momentos" uma ou duas novidades; foi impressão minha ou não há uma manchete para amanhã?
- A realização, certamente por acaso, favoreceu Santana Lopes (pô-lo a falar de frente para a câmara, enquanto Sócrates falou de lado);
- Santana e Sócrates fizeram um esforço e foram disciplinados, mas mais uma vez se viu que têm muitas dificuldades em serem sintéticos. Exporem por tópicos é algo que parece inatingível (nesse aspecto, melhor Sócrates, mais condensado);
"Peço desculpa, mas o seu tempo acabou, vai ter de terminar"

PS - Quem ganhou o debate? Esse não é o âmbito deste texto nem deste espaço. Mas parece-me que não será possível dizer que algum deles ganhou claramente sem recorrer às convicções (íntimas?) de cada analista, comentador ou eleitor. Fico curioso para ouvir...

"Esgotou o seu tempo, já não fala mais hoje. São as regras..."
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O jornalismo é um bom negócio...

Não é caso único, mas, infelizmente, cada vez mais raro: hoje há uma rádio local, de Oliveira do Hospital, que é notícia. Em todo o lado. Seria notícia (notoriedade, visibilidade, impacto, audiência, prestígio) por passar música ou retransmitir os noticiários das rádios nacionais?
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