ACT: Uma crónica como espaço publicitário
O novo provedor do Público não podia ter começado melhor - e não me refiro à qualidade do texto, à sua metodologia ou às conclusões, mas sim ao tema.
Rui Araújo trata de um dos mais terríveis - porque indefinidos - temas da actualidade no jornalismo contemporâneo: a mistura de conteúdos jornalísticos e publicitários (o assunto já tinha sido comentado na blogosfera, por exemplo aqui).
Os leitores mais fieis sabem que este é um tema recorrente neste blogue: defendo uma separação clara entre mensagens, mas não sou um ortodoxo, porque as receitas não garantem apenas a independência jornalística - garantem a viabilidade dos projectos.
No caso em concreto, o Público garantiu duas crónicas sobre o Lisboa-Dakar propostas por patrocinadores, sendo que uma (a de Carlos Sousa) ainda se podia considerar como de interesse jornalístico (o melhor piloto português), mas a da Margarida Pinto Correia era pura publicidade* - o provedor recomenda ao jornal que isso fique bem claro, em situações futuras!
Penso que Rui Araújo concorda com esta ideia: quanto mais publicidade melhor (sobretudo quando há pouca...), mas que ela não se travestize de jornalismo!
* Não foi apenas no Público que isto aconteceu: para que fique claro, a minha observação é geral; no Público o assunto foi discutido.
ACT a 23/1/06: "Em concreto, o senhor da Precision acha a coisa mais natural do mundo que uma empresa que não é de jornalismo possa não apenas fazer pretenso jornalismo (visto tratar-se de uma forma capciosa de fazer publicidade), mas também impor como jornalismo aquilo que faz. A carta do tal senhor - e os termos do contrato que terá feito com o Público - vêm dar razão ao que escreveu há oito dias Rui Araújo. Mas a questão não acaba aqui. No texto do administrador da Precision afirma-se, embora sem concretizar, haver no Público reportagens que terão servido para "rentabilizar investimentos". Um assunto que merecia a pena ser esclarecido".
Rui Araújo trata de um dos mais terríveis - porque indefinidos - temas da actualidade no jornalismo contemporâneo: a mistura de conteúdos jornalísticos e publicitários (o assunto já tinha sido comentado na blogosfera, por exemplo aqui).
Os leitores mais fieis sabem que este é um tema recorrente neste blogue: defendo uma separação clara entre mensagens, mas não sou um ortodoxo, porque as receitas não garantem apenas a independência jornalística - garantem a viabilidade dos projectos.
No caso em concreto, o Público garantiu duas crónicas sobre o Lisboa-Dakar propostas por patrocinadores, sendo que uma (a de Carlos Sousa) ainda se podia considerar como de interesse jornalístico (o melhor piloto português), mas a da Margarida Pinto Correia era pura publicidade* - o provedor recomenda ao jornal que isso fique bem claro, em situações futuras!
Penso que Rui Araújo concorda com esta ideia: quanto mais publicidade melhor (sobretudo quando há pouca...), mas que ela não se travestize de jornalismo!
* Não foi apenas no Público que isto aconteceu: para que fique claro, a minha observação é geral; no Público o assunto foi discutido.
ACT a 23/1/06: "Em concreto, o senhor da Precision acha a coisa mais natural do mundo que uma empresa que não é de jornalismo possa não apenas fazer pretenso jornalismo (visto tratar-se de uma forma capciosa de fazer publicidade), mas também impor como jornalismo aquilo que faz. A carta do tal senhor - e os termos do contrato que terá feito com o Público - vêm dar razão ao que escreveu há oito dias Rui Araújo. Mas a questão não acaba aqui. No texto do administrador da Precision afirma-se, embora sem concretizar, haver no Público reportagens que terão servido para "rentabilizar investimentos". Um assunto que merecia a pena ser esclarecido".
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