... da Presidência, gostaria de deixar algumas notas pessoais sobre o relacionamento do ainda Presidente com a comunicação social:
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Algumas das piores experiências c omo jornalista estão relacionadas com Jorge Sampaio enquanto Presidente: fui agredido por um dos seus assessores de imprensa, por insistir em fazer uma pergunta que me tinham avisado que o Presidente não responderia (em Macau) e outro assessor ameaçou-me que chamaria a segurança se eu insistisse em fazer uma pergunta que me tinham avisado que o Presidente não responderia* (durante uma visita a Guimarães).
- Nos dois casos relatados não ponho em causa apenas o trabalho da assessoria de imprensa, mas o próprio Presidente (que na primeira situação tinha obrigação de se ter apercebido);
- Por causa do meu envolvimento com Macau, tive oportunidade de entrevistar diversas vezes Jorge Sampaio. Até que em 1999, durante a visita do presidente chinês, fiz uma notícia na TSF que foi vivamente contestada por Belém. Nunca mais houve disponibilidade para qualquer informação...
- Entendo o ar de permanente enfado do Presidente relativamente à comunicação social (e a sua permanente indisponibilidade para esclarecer questões pontuais) como uma falta de consideração e uma forma de intimidação de quem precisa de fazer o seu trabalho;
Em resumo, e sem considerações de carácter pessoal ou político, os
10 anos de Jorge Sampaio não me deixam saudades (e acreditem que, apesar de estar no Porto, tive a oportunidade de acompanhar profissionalmente a sua carreira política, desde que se candidatou a secretário-geral do PS, passando pela campanha eleitoral que levou a Belém e em algumas deslocações ao estrangeiro e pelo país real português).
* O direito de fazer perguntas não pode ser alienado pelos jornalistas. Da mesma forma que respeito (ainda que não concorde) com o direito dos protagonistas a não responderem...