Separar jornalismo da publicidade
Este é, provavelmente, o 37º (!) texto em que tento denunciar a (evidente) promiscuidade entre jornalismo e publicidade: vê-se cada vez mais jornais e revistas a publicar publicidade com aparência de jornalismo.
Hoje volto a falar de O Comércio do Porto, e já não é a primeira vez. Qual é a novidade?
Hoje no Comércio e na Capital há um mesmo texto, comercial (ambos na página 15 de cada edição), mas se o primeiro dos dois jornais da Prensa Ibérica muda o tipo de letra do título, do destaque e do corpo do texto, a Capital apenas muda o do título (relativamente àquele que é o tipo habitual das páginas informativas).
Ou seja, estou certo que a maior parte dos leitores lerá este "Complexo termal de sonho onde a água é a estrela principal" como se fosse uma notícia. No cabeçalho de uma e de outra nem publicidade (e é!) nem publireportagem (uma formulação híbrida, com alguma honestidade). Apenas "Especial Balndeário de Mondariz" (no Comércio) ou "Especial" (na Capital).
Mas a ideia subjacente a estes especiais, travestidos de notícias, não é mesmo enganar os leitores? Apanhar os mais incautos? Já agora, isso não é desonesto?
Penso que o Conselho Deontológico do Sindicato devia analisar e denunciar este tipo de informação. Porque ela descredibiliza o jornalismo, abre precedentes muito graves e adultera a relação de confiança com os leitores. E não há pior do que a conjugação destes três factores!
Hoje volto a falar de O Comércio do Porto, e já não é a primeira vez. Qual é a novidade?
Hoje no Comércio e na Capital há um mesmo texto, comercial (ambos na página 15 de cada edição), mas se o primeiro dos dois jornais da Prensa Ibérica muda o tipo de letra do título, do destaque e do corpo do texto, a Capital apenas muda o do título (relativamente àquele que é o tipo habitual das páginas informativas).
Ou seja, estou certo que a maior parte dos leitores lerá este "Complexo termal de sonho onde a água é a estrela principal" como se fosse uma notícia. No cabeçalho de uma e de outra nem publicidade (e é!) nem publireportagem (uma formulação híbrida, com alguma honestidade). Apenas "Especial Balndeário de Mondariz" (no Comércio) ou "Especial" (na Capital).
Mas a ideia subjacente a estes especiais, travestidos de notícias, não é mesmo enganar os leitores? Apanhar os mais incautos? Já agora, isso não é desonesto?
Penso que o Conselho Deontológico do Sindicato devia analisar e denunciar este tipo de informação. Porque ela descredibiliza o jornalismo, abre precedentes muito graves e adultera a relação de confiança com os leitores. E não há pior do que a conjugação destes três factores!
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