Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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terça-feira, agosto 02, 2005

Acabaram as férias...

... mas ficaram alguns pendentes. Que a seguir se ajustam.

PS - em contra-corrente, o Blogouve-se vai estar activo em Agosto.
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"A arte da crónica"

Se o pior destes 15 dias foi claramente o encerramento dos dois jornais, o melhor foi o texto de João Pereira Coutinho sobre a crónica jornalística(23/7, pág. 13). Dez leis fundamentais sobre "A arte da crónica". Uma coisa arrebatadora!
Depois disto, não vale a pena perder tempo a ensinar nas faculdades o que é a crónica, na parte dos estilos jornalísticos. Façam cópias, por favor!
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Carmona vai ganhar!

Pelo menos, se depender do Expresso!
Em duas semanas seguidas, duas fotos altamente moralizadoras para Carmona Rodrigues no Expresso, sem que houvesse qualquer critério visível de notícia:
Numa, "Carmona acelera até Faro", vê-se o candidato do PSD a atestar a sua BMW 650 rumo à concentração motard. Na última página.
Noutra, na revista Única, secção "Protagonistas", Carmona joga futebol em grande estilo, num jogo de que não há qualquer indicação. Título "Carmona ao ataque. O candidato desportista".
Ao menos que o "apoio" esteja suportado com critérios de notícia. Agora assim?! Carrilho está feito!
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A hora de fecho dos jornais

Antigamente os jornais tinham as suas próprias rotativas e fechavam tarde. Ficavam sempre notícias de fora, mas quanto mais tarde menos notícias - teoricamente*.
Hoje são impressos em rotativas alheias e têm horas rigídas de fecho (com penalizações se falharem).
Muitos aproveitam a última página para as derradeiras informações. É o caso do JN e do Correio da Manhã. Já o Público não considera relevante.
No dia em que se soube da morte do antigo primeiro-ministro inglês Edward Heath (18/7), JN e CM traziam a informação na última página; o Público, na abertura do Mundo, anunciava "Edward Heath em estado grave".

* É ainda a minha tristeza relativamente a O Comércio do Porto: lembro-me do jornal fechar às duas da manhã e de eu regressar a casa na carrinha da distribuição!
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Um aplauso para o Correio da Manhã

O Correio da Manhã foi dos poucos jornais que decidiu dissecar o pseudo-arrastão. Fê-lo na edição de 22/7, com um dossier de cinco páginas. "O que se passou na Praia de Carcavelos".
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Um sensacionalismo ao contrário

Ainda das férias: o Público abriu as páginas do Nacional de 26/7 com um texto sobre as presidenciais, muito curioso:
Título: "Personalidades da sociedade civil perplexas com candidatos" (igual ao da primeira página)
Lead: "A sociedade civil portuguesa mostrou-se ontem crítica relativamente aos nomes que têm vindo a ser avançados...".
Curioso porque:
- Quem é a sociedade civil? As 12 pessoas que ouviram?
- Como é possível dizer que a sociedade civil portuguesa mostrou-se ontem? Foi alguma coisa organizada? Não, foi o jornal que ligou a essas pessoas;
- O título está aceitável, mas o lead é claramente exagerado. O sensacionalismo costuma ser ao contrário... Um caso de intervenção editorial sobre o título, mas não sobre o texto?
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Uma contratação valiosa

Não é regra, nesta página, destacar jornalistas em concreto, por boas ou más razões. Mas os dois primeiros artigos de Tânia Laranjo no Público de hoje justificam uma excepção. Quem é Tânia Laranjo? Os leitores do Jornal de Notícias conhecem-na bem, era a especialista em polícias e tribunais e, provavelmente, a mais produtiva jornalista daquela redacção (pelo menos, a que mais notícias em primeira-mão conseguiu).
Acaba de ingressar no Público, naquela que é uma espécie de contratação do ano. Exagero?
A pergunta remete para uma reflexão interessante: o peso individual de cada elemento em cada redacção. Por outras palavras, o que é que distingue a Tânia de outro jornalista? Além da sua generosa capacidade de trabalho, as suas fontes. As fontes de Tânia valem mais do que aquilo que o Público lhe vai pagar. E não há, em Portugal, mais três jornalistas com o mesmo valor a nível de fontes.
Por isso digo que esta pode ser a contratação do ano – a Tânia vai trazer leitores ao Público. E, com os outros jornalistas que já lá estão, o jornal tem condições para desequilibrar na área judicial e criminal.
(Declaração de interesses: conheço a Tânia muito bem, mas nunca falei com ela!)

Do mesmo jornal, e em contraponto, uma jornalista que precisa de melhorar as fontes de informação: no espaço de dez dias, a mesma jornalista escreveu no Público: "(...) Wender e Nunes nem sequer se equiparam. Tal facto parece ser um forte indício de que ambos, afinal, poderão ir mesmo para o Sporting" (21/7); "O Guimarães dá-se a conhecer esta noite frente ao Benfica, numa festa em que será apresentado um ponta de lança proveniente do Sporting (...)" (30/7)
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