Não é regra, nesta página, destacar jornalistas em concreto, por boas ou más razões. Mas os dois primeiros artigos de Tânia Laranjo no Público de hoje justificam uma excepção. Quem é Tânia Laranjo? Os leitores do Jornal de Notícias conhecem-na bem, era a especialista em polícias e tribunais e, provavelmente, a mais produtiva jornalista daquela redacção (pelo menos, a que mais notícias em primeira-mão conseguiu).
Acaba de ingressar no Público, naquela que é uma espécie de contratação do ano. Exagero?
A pergunta remete para uma reflexão interessante: o peso individual de cada elemento em cada redacção. Por outras palavras, o que é que distingue a Tânia de outro jornalista? Além da sua generosa capacidade de trabalho, as suas fontes. As fontes de Tânia valem mais do que aquilo que o Público lhe vai pagar. E não há, em Portugal, mais três jornalistas com o mesmo valor a nível de fontes.
Por isso digo que esta pode ser a contratação do ano – a Tânia vai trazer leitores ao Público. E, com os outros jornalistas que já lá estão, o jornal tem condições para desequilibrar na área judicial e criminal.
(Declaração de interesses: conheço a Tânia muito bem, mas nunca falei com ela!)
Do mesmo jornal, e em contraponto,
uma jornalista que precisa de melhorar as fontes de informação: no espaço de dez dias, a mesma jornalista escreveu no Público: "(...) Wender e Nunes
nem sequer se equiparam. Tal facto parece ser um forte indício de que ambos, afinal, poderão ir mesmo para o Sporting" (21/7); "O Guimarães dá-se a conhecer esta noite frente ao Benfica, numa festa
em que será apresentado um ponta de lança proveniente do Sporting (...)" (30/7)