O novo Público é um Público novo?

Que o novo Público está mais bonito não tenho quaisquer dúvidas. É um novo Público.

Falta saber, no entanto, se estamos perante um Público novo.


A publicidade que passou e passa deixa perceber que a aposta é essa, de ruptura, de afirmação de novos valores, de apostas alternativas (porque para ficar na mesma não valia a pena gastar dinheiro a tentar mudar). Mas para já o conteúdo não o confirma. Há uma editoria nova e potencialmente muito interessante, chamada Digital, mas é preciso uma presença constante e quatro jornalistas não garantem uma afirmação.

O P2, que simboliza o jornal novo, ainda precisa de tempo para se afirmar, para mostrar que é mais do que a soma dos conteúdos antigos das editorias de cultura, ciência e alguma coisa da sociedade. Para já percebe-se uma menorização da página de media.

O Público não sobreviverá à desilusão (que resultará da sensação) de tudo ficar na mesma.

PS - gosto da nova arrumação das páginas de opinião. Mas continua a haver opinião a mais (penso...)

Isto não é notícia, quanto mais meia página???

A actriz Margarida Vila-Nova vai escrever um livro e pelos vistos ontem de manhã assinou contrato com uma editora que o vai editar em Junho...

Desde quando é que isto é notícia? A assinatura do contrato com jornalistas e fotografia? O novo livro da Margarida Vila-Nova a quatro meses de distância? Um pormenor elucidativo: «“Será um diário de viagem, divertido e engraçado, com as experiências vividas na Austrália e muitas fotografias. O meu pai ofereceu-me uma máquina fotográfica, nunca tive nenhuma. É a primeira”, adiantou a jovem Margarida Vila-Nova» (meia página no Correio da Manhã de hoje)

PS - obviamente que nada tenho contra o livro da jovem actriz; sem ironia, faz muito bem em escrever; contesto é o critério jornalístico que valoriza a assinatura do contrato para um livro de uma actriz que não «tem pretensões de ser escritora». Realmente, as fontes controlam cada vez mais a agenda do que é publicado na comunicação social...