Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quarta-feira, dezembro 15, 2004

As cores da gravata de Paulo Portas e do cenário da RTP

na entrevista desta noite eram iguais.
Como não acredito em coincidências, ou os assessores de Portas são tão profissionais que se preocuparam em saber, antecipadamente, qual a cor do cenário para a entrevista e conseguiram arranjar a gravata; ou é a RTP que informa que cores vai usar, para os seus convidados poderem retocar a imagem...
As cores eram exactamente iguais e ligavam harmoniosamente!!!
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Um relato de futebol não é jornalismo!

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porquê:

- no relatador a mistura entre factos e opinião é total;
- em muitas circunstâncias não há isenção e - pelo contrário - os relatadores assumem uma tendência; por exemplo, querem que as equipas portuguesas ganhem e demonstram-no;
- o rigor é muitas vezes substituído pelo espectáculo, pelo humor (quando pela graçola... e pelo estereótipo);
- este estilo de fazer anti-jornalístico é incentivado e - há que admiti-lo - os ouvintes gostam (eu também ouço...);
Aceitando a evidência destas características, mais vale assumir de uma vez por todas que um relato de futebol não é um acto jornalístico. As coisas ficam mais claras...

PS - no livro que escrevi há uma alínea sobre "o relato de futebol". Nesse texto sou bastante conservador e disso já me arrependi. Mas defendo uma ideia que vem ao encontro do conceito de espectáculo: o relato de futebol pode ser uma arte!
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Puro amadorismo

No editorial (!) de hoje de A Capital, Rogério Rodrigues denuncia um caso que rotula de "total desrespeito pelos jornalistas" e que - sei por experiência própria -- não é a primeira vez que acontece: determinada entidade/protagonista envia aos jornalistas uma convocatória para uma conferência de imprensa mas depois limita-se a ler um texto e não responde a perguntas.
É certo que as palavras não são como os Jerónimos e evoluem semântica e morfologicamente. Mas "conferência de imprensa" pressupõe sempre perguntas. Não as havendo é natural que haja descontentamento/repulsa dos jornalistas (que se sentiram enganados).
Excluindo a hipótese de ter sido decidido em cima da hora que não haveria perguntas, porquê esta forma primária de hostilização ou, no mínimo, de desrespeito? Puro amadorismo? Gozo?
Um destes dias porei aqui um texto sobre o peso dos critérios não substantivos (diferentes, portanto, dos news values) na produção noticiosa.
Agora, e como A Capital não permite ligações de arquivo, aqui ficam alguns excertos desse editorial:
"Chegou às redacções um fax que dizia, textualmente, o seguinte: «O PSD e o CDS/PP dão uma Conferência de Imprensa, hoje, terça-feira, 14 de Dezembro, às 20.30, no Hotel Ritz, na Sala Tejo». O curto e explícito texto é assinado, em conjunto, pelos gabinetes de Imprensa do PSD e do CDS-PP. (...) tanto Paulo Portas (aqui mais grave porque já foi jornalista), como Santana Lopes (aqui não tão grave porque não passou de um administrador falhado de jornais) mentiram. Recusaram responder a perguntas, ao confronto, esqueceram o Outro, neste caso a Imprensa. E proferiram ou arengaram (consoante se analise o teor) uma declaração. Declaração esta que poderia ter seguido perfeitamente para os jornais, sem os obrigar à sua presença, como meros espectadores ou mobília de um cenário para dois actores canastrões. (...) Desçamos até à humilhação a que ontem foram levados os jornalistas, ao embuste da conferência, quando se tratava de uma declaração: até quando suportaremos mais esta menoridade a que nos querem sujeitar?"
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