Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com


Peço o favor de actualizarem as vossas bookmarks e eventuais links. e de continuarem a ler e a comentar na nova morada.

sexta-feira, setembro 01, 2006

O bom e o mau Independente

O Independente é um caso único na democracia portuguesa. No dia do seu último número, partilho sentimentos mistos com os leitores deste espaço:

- o Independente foi o jornal que melhor cumpriu (apesar de muitos e graves acidentes de percurso) uma missão nobre do jornalismo, o escrutínio do poder. O poder assustava-se quando o Independente investigava. E vários ministros caíram. O poder - qualquer que ele seja - é um poder pior quando não é escrutinado. Quem escrutina os poderes em Portugal desde que o Independente deixou de o fazer?

- o Independente foi o pior jornal que já comprei. Pior no sentido do desrespeito por regras essenciais do jornalismo (técnicas e deontológicas): um contraditório muito deficitário, o enviesamento recorrente, a falta de equidade no tratamento das partes, a subordinação a preconceitos. Arranjem uma notícia para este título, gozava Herman José há alguns anos. Ou então, táctica recorrente, escrever o texto, perto da hora de fecho contactar o visado, que desmente, e referir isso nas últimas linhas da página (não é por acaso que tantos processos perdeu em tribunal e tantos directores teve...)

A morte do Independente não surpreende ninguém. Mas vai fazer falta enquanto nos lembrarmos de perguntar o que é diz a primeira página do Independente de hoje?
Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com. Comente na nova morada.