Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quarta-feira, abril 12, 2006

Quem controla a agenda é quem paga!

O presidente da concessionária dos aeroportos portugueses, ANA, com ligações ao aeroporto de Macau, decidiu visitar a Região Administrativa. Poderia ser uma discreta visita de trabalho, mas através da sua participada macaense, a ANA decidiu convidar três jornalistas (Público, Expresso e Diário Económico) para acompanhar o gestor.
E ontem saíram três notícias com algum destaque nos respectivos jornais (no caso do Expresso, foi no on line, para não se perder a informação).

Algumas notas:
- a visita passaria despercebida, se não houvesse jornalistas;
- nenhum jornal enviaria um jornalista se tivesse de pagar as despesas;
- a visita poderia gerar uma ou outra notícia na Lusa, mas sempre de tamanho reduzido;
- o facto de haver jornalistas destacados «compromete» os órgãos de comunicação social com uma disponibilização de espaço mais relevante (uma página, por exemplo);

Exemplos como este mostram que, por muito que (nos) custe, não são os jornalistas que controlam a(s) agenda(s) - só houve/foi notícia porque os jornalistas viajaram a convite (Público e DE referem essa condição, Expresso não), só houve notícia porque - desculpem a franqueza - alguém pagou essa possibilidade.

(que me lembre, apenas viajei uma vez naquelas condições, a convite dos CTT. Tive tanta sorte que o acontecimento que iríamos cobrir foi adiado e fiquei uma semana na China a passear, sem fazer uma notícia...)
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(2xACT) A rádio, como há 30 anos!

O que é que o blogue criado pelo operador de serviço público dos EUA, a NPR e a constatação de que a rádio é o meio de comunicação com um nível de interactividade mais reduzido têm a ver?

Tem tudo a ver com a necessidade da rádio portuguesa - no caso em concreto - reforçar a sua interactividade com os ouvintes - através da internet, claro.

Um exemplo, que, aliás, vem na linha das conclusões desse estudo sobre a interactividade («Os programas de antena aberta, que muito contribuíram para a popularização da rádio, parecem estar a perder terreno») é o imobilismo que caracteriza os foruns de antena aberta (da TSF, da Antena 1 ou da RR, nomeadamente).

Nos últimos anos a única evolução foi a criação de um número «verde» nacional. É pouco.
Faria todo o sentido que programas com essas características tivessem um blogue associado, onde o tema seria anunciado em simultâneo com a emissão, onde poderia ser posto um pequeno texto e pedir comentários (para serem aproveitados/lidos - se não todos, pelo menos alguns); onde poderia haver espaço para que os ouvintes/leitores proporem e até votarem temas de próximos dias; onde os ouvintes/leitores pudessem fazer perguntas e críticas ao modo como o programa é feito.

Imagino (presunção?) que a maior parte dos leitores ache estas propostas uma boa ideia - até porque são muito fáceis de executar, além de poderem trazer novos ouvintes à rádio.

Então por que é que a rádio não dá passos para melhorar a sua relação com os ouvintes?

(Este postal insere-se numa linha de preocupações que tenho vindo aqui a desenvolve e de que este é apenas o último exemplo)

ACT a 13/4/06: Este é o melhor exemplo que conheço de aproveitamento das potencialidades da internet: Adam Carolla, estrela do Fm-talk norte-americano, tem uma página na net, um blogue, um podcast, um espaço para mensagens, uma linha de contacto e ainda algo a que chamam um "listening post". Tudo aqui.

ACT a 17/4/06: A propósito de um comentário colocado neste postal, é justo dar conta do blogue da Prova Oral. Não cumpre todos os efeitos descritos no meu texto, mas é um (bom) sinal. E é realmente o primeiro - sendo que alguns dos comentários são lidos durante o programa. E o tema até é anunciado primeiro na internet. Faço a correcção com gosto, não só pelo Alvim (infelizmente não conheço a Raquel...) mas sobretudo porque ouço regulamente o programa!
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