As palavras e a sua circunstância
Não há (há?) palavras inocentes. E algumas têm um peso que não pode ser menosprezado.
Nos últimos dias ouvi dois exemplos muito interessantes:
1) [a propósito do discurso de Hugo Chavez na ONU] «(...) um chorrilho de graves acusações». Formalmente não há nada a dizer, mas chorrilho remete directamente para disparates - oúnico contexto mais recorrente em que a palavra é usada;
2) «(...) o regime iraniano (...)». Ninguém diz «o regime português» ou «o regime norte-americano», mas já se usa para «o regime cubano». Ou seja, há carga negativa, associada semanticamente a ditadura. Não há, inconscientemente, uma avaliação negativa do sistema político do Irão ao usar a palavra «regime»?
Nos últimos dias ouvi dois exemplos muito interessantes:
1) [a propósito do discurso de Hugo Chavez na ONU] «(...) um chorrilho de graves acusações». Formalmente não há nada a dizer, mas chorrilho remete directamente para disparates - o
2) «(...) o regime iraniano (...)». Ninguém diz «o regime português» ou «o regime norte-americano», mas já se usa para «o regime cubano». Ou seja, há carga negativa, associada semanticamente a ditadura. Não há, inconscientemente, uma avaliação negativa do sistema político do Irão ao usar a palavra «regime»?
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