Acabei de ler o livro de MMCarrilho...
... e não tendo pessoalmente nada a ver com o que lá é descrito, é impossível, corporativamente, ficar indiferente.
Algumas notas soltas, para tentar arrumar as ideias, sendo que pretendo voltar ao assunto mais tarde:
- Se tudo o que Carrilho denuncia, envolvendo a comunicação social, fosse verdade, estaríamos perante uma das mais graves crises envolvendo o jornalismo português de que tenho memória;
- Carrilho denuncia uma rede (em muitos casos organizada) entre jornalistas para o «queimar» politicamente; o livro não é isento nem, se calhar, deveria ser - mas sente-se alguma ligeireza na forma como arrola factos que, associados, servem a sua «teoria da conspiração»;
- Para Carrilho só há uma verdade, a sua. Muitos dos factos ali descritos terão, obviamente, outra explicação (quero acreditar que sim);
- As acusações a A. Cunha Vaz são de uma gravidade extrema - e era bom que o caso não ficasse por aqui, para se perceber até que ponto Carrilho consegue solidificar o que diz do empresário de comunicação;
- Aliás, em nome da credibilidade da comunicação social portuguesa, seria importante aparecer um(a espécie de) contra-livro - com o contraditório; ou pelo menos uma reportagem de investigação num jornal. Sendo que, noutras circunstâncias, o próprio Sindicato dos Jornalistas deveria abrir uma espécie de «inquérito» ao que se passou; pelo menos um debate;
- Finalmente: uma das poucas situações em que, perante as palavras de Carrilho, é possível ter uma opinião estruturada, describiliza o ex-candidato - a do aperto de mão no final do debate. Dizer que a gravação do pós-debate foi uma «golpada» da SIC não abona muito em favor da inteligência colectiva nem, provavelmente, da credibilidade do restante que é escrito(independentemente de Carrilho ter alguma razão sobre o facto de essa parte ter tomado conta do todo - mas ele seria o próprio o primeiro a aplaudir se a situação se tivesse passado ao contrário).
Gostava de reforçar esta ideia - é uma pena se o livro morre por aqui, com o argumento de que as suas acusações não têm credibilidade. Será muito mau para o jornalismo português se "Sob o signo da verdade» for a última verdade.
PS - Carrilho também aborda este caso, sobre o qual opinei na altura. O jornalista do DN reafirma ontem o que então escreveu. Carrilho diz que ele «inventou uma conversa que nunca teve comigo sobre a anunciada candidatura de Mário Soares».
Algumas notas soltas, para tentar arrumar as ideias, sendo que pretendo voltar ao assunto mais tarde:
- Se tudo o que Carrilho denuncia, envolvendo a comunicação social, fosse verdade, estaríamos perante uma das mais graves crises envolvendo o jornalismo português de que tenho memória;
- Carrilho denuncia uma rede (em muitos casos organizada) entre jornalistas para o «queimar» politicamente; o livro não é isento nem, se calhar, deveria ser - mas sente-se alguma ligeireza na forma como arrola factos que, associados, servem a sua «teoria da conspiração»;
- Para Carrilho só há uma verdade, a sua. Muitos dos factos ali descritos terão, obviamente, outra explicação (quero acreditar que sim);
- As acusações a A. Cunha Vaz são de uma gravidade extrema - e era bom que o caso não ficasse por aqui, para se perceber até que ponto Carrilho consegue solidificar o que diz do empresário de comunicação;
- Aliás, em nome da credibilidade da comunicação social portuguesa, seria importante aparecer um(a espécie de) contra-livro - com o contraditório; ou pelo menos uma reportagem de investigação num jornal. Sendo que, noutras circunstâncias, o próprio Sindicato dos Jornalistas deveria abrir uma espécie de «inquérito» ao que se passou; pelo menos um debate;
- Finalmente: uma das poucas situações em que, perante as palavras de Carrilho, é possível ter uma opinião estruturada, describiliza o ex-candidato - a do aperto de mão no final do debate. Dizer que a gravação do pós-debate foi uma «golpada» da SIC não abona muito em favor da inteligência colectiva nem, provavelmente, da credibilidade do restante que é escrito(independentemente de Carrilho ter alguma razão sobre o facto de essa parte ter tomado conta do todo - mas ele seria o próprio o primeiro a aplaudir se a situação se tivesse passado ao contrário).
Gostava de reforçar esta ideia - é uma pena se o livro morre por aqui, com o argumento de que as suas acusações não têm credibilidade. Será muito mau para o jornalismo português se "Sob o signo da verdade» for a última verdade.
PS - Carrilho também aborda este caso, sobre o qual opinei na altura. O jornalista do DN reafirma ontem o que então escreveu. Carrilho diz que ele «inventou uma conversa que nunca teve comigo sobre a anunciada candidatura de Mário Soares».
Blogouve-se mudou para um endereço próprio: http://blogouve-se.com. Comente na nova morada.