(act) Perder o sentido da reportagem
Não foi o telefone que matou a reportagem na rádio. Ou, pelo menos, não é apenas o telefone que está a matar a reportagem na rádio.
A menos que se considere um sinónimo de reportagem sair à rua ou gravar com pessoas fora das instalações da rádio (e eu não considero), há muitas alegadas reportagens que não... reportam nada! São apenas entrevistas...
Vem isto a propósito de algo que sucedeu na semana passada: um camarada de redacção levou à Feira do Livro um convidado para saber qual a sua relação com a Feira e os livros. Como essa pessoa tem muita notoriedade, e em face das solicitações, decidiram sair e fazer a entrevista noutro lugar (mais calmo).
Conclusão: aquilo que se ouviu poderia ter sido feito no estúdio. Era uma falsa-reportagem, sem qualquer mais-valia, sem reportare o que aconteceu.
Em alternativa, o repórter poderia (deveria, na minha opinião) ter aproveitado os sons que resultariam dessa ida (atribulada) à Feira do Livro. Representavam o que teria acontecido se a mesma pessoa tivesse lá ido sem um jornalista. Isso é reportare...
ACT a 19/6/05: Este texto inspirou o jornalista do Público Luciano Alvarez no "Ouvido" de hoje (não está disponível, com ou sem assinatura). Uma ideia que reforço: LA tem razão: continua a haver excelente reportagem na rádio, e ele dá bons exemplos, mas essa é a reportagem especial, que se faz com tempo e uma disposição especiais. O que me preocupa é a reportagem do dia a dia, a despachar, a encher, a cumprir. São essas as andorinhas que fazem a primavera. E essas reportagens comuns só o deveriam ser (comuns) por serem quotidianas - nunca deveriam perder o "sentido da reportagem"
PS - agradeço a Luciano Alvarez a referência.
A menos que se considere um sinónimo de reportagem sair à rua ou gravar com pessoas fora das instalações da rádio (e eu não considero), há muitas alegadas reportagens que não... reportam nada! São apenas entrevistas...
Vem isto a propósito de algo que sucedeu na semana passada: um camarada de redacção levou à Feira do Livro um convidado para saber qual a sua relação com a Feira e os livros. Como essa pessoa tem muita notoriedade, e em face das solicitações, decidiram sair e fazer a entrevista noutro lugar (mais calmo).
Conclusão: aquilo que se ouviu poderia ter sido feito no estúdio. Era uma falsa-reportagem, sem qualquer mais-valia, sem reportare o que aconteceu.
Em alternativa, o repórter poderia (deveria, na minha opinião) ter aproveitado os sons que resultariam dessa ida (atribulada) à Feira do Livro. Representavam o que teria acontecido se a mesma pessoa tivesse lá ido sem um jornalista. Isso é reportare...
ACT a 19/6/05: Este texto inspirou o jornalista do Público Luciano Alvarez no "Ouvido" de hoje (não está disponível, com ou sem assinatura). Uma ideia que reforço: LA tem razão: continua a haver excelente reportagem na rádio, e ele dá bons exemplos, mas essa é a reportagem especial, que se faz com tempo e uma disposição especiais. O que me preocupa é a reportagem do dia a dia, a despachar, a encher, a cumprir. São essas as andorinhas que fazem a primavera. E essas reportagens comuns só o deveriam ser (comuns) por serem quotidianas - nunca deveriam perder o "sentido da reportagem"
PS - agradeço a Luciano Alvarez a referência.
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