Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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terça-feira, dezembro 21, 2004

O Jornal da Madeira e o Avante...

No outro dia perguntei que margem de manobra jornalística tinham os... jornalistas do Avante para poderem exercer a profissão (a ponto de uma das suas jornalistas ser dirigente do próprio Sindicato).
Hoje pergunto a mesma coisa relativamente ao Jornal da Madeira.
Que liberdade têm os jornalistas do governamental Jornal da Madeira para questionarem, aprofundarem, contraporem, insistirem, contraditarem? Para serem jornalistas?
Alberto João, o director, deixará?
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Coisas que fascinam (44)

Lê-se, atribuído a Rui Rio (no Público de domingo):
"Se ficarem aí [para os jornalistas] como vou falar meia hora, talvez aproveitem quinze segundos para fazer um escândalo amanhã".
O que é fascinante, neste caso, é tentar perceber que motivação tem o presidente da Câmara do Porto para insistir neste discurso? O que é que ganha?
O jornalismo faz-se com os 15 segundos, com a capacidade de editar as informações e de as seleccionar - de acordo com critérios (substantivos) o mais transparentes possíveis.
O que Rui Rio consegue com uma frase destas é potenciar critérios não substantivos nos jornalistas (mais pessoais)- porque nenhum jornalista ficará completamente indiferente depois de ouvir uma frase destas (e o tom usado também é importante).

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Os interesses do accionista

Em quase 20 anos de jornalismo devo confessar que apenas uma vez um político me pressionou (e conseguiu...) para obter uma entrevista, era Guterres primeiro-ministro, e que apenas me sinto constrangido quando tenho de noticiar assuntos do meu accionista (seja este, seja o anterior).
A minha experiência diz-me que os proprietários dos órgãos de comunicação social - genericamente - sabem da importância da independência editorial (porque isso se traduz em credibilidade e credibilidade vale dinheiro), mas quando se trata de noticiar os seus próprios assuntos já têm mais dificuldade em perceber: "então a nossa rádio não noticiou a nossa iniciativa?...".
Vem isto a propósito de algo que - se calhar - não tem nada a ver, mas... na última página do primeiro caderno do Expresso, coluna de "últimas" (edição de sábado), pode ler-se:
1) "A iniciativa é da revista «Cais», com o apoio de várias empresas, de uma instituição bancária e da Câmara...";
2)"A Impresa [não diz, mas é a empresa proprietária do Expresso] foi a única companhia que na sexta-feira registou uma subida no mercado de capitais..."
Ou seja, as várias empresas e a instituição bancária são suficientemente importantes para serem referenciadas mas não para serem nomeadas, já a Impresa...
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Jornalismo comparado (1)

Ontem, a propósito dos cinco anos do fim da administração portuguesa em Macau, DN e Público fizeram desse tema o seu destaque (as duas primeiras páginas).
De comum, além do tema propriamente dito, o facto de ambos os destaques não terem qualquer novidade (e uma novidade não precisa de ser uma "cacha", um exclusivo; pode ser um ângulo que mais ninguém explorou, uma declaração nova, o aprofundamento de uma ideia).
Só que enquanto o do DN é basicamente uma reposição de dados de arquivo, o do Público inclui vários depoimentos locais, percebendo-se uma coerência e uma ideia global.
Melhor o Público, sem dúvida.

PS - Em Macau as pessas queixam-se que, cinco anos depois, Portugal se desinteressou por completo; os tais destaques parecem contradizer esse lamento, mas é relevante que nem o Público nem o DN apresentem qualquer texto assinado por um eventual correspondente em Macau; deixou de ser interessante, mas não é por falta de jornalistas portugueses em Macau (depois de Lisboa e Porto, Macau será provavelmente a terceira cidade onde há mais jornalistas portugueses)...
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A credibilidade do Público...

pode estar ameaçada se se continuarem a suceder os casos de acusação de plágio. Talvez o próprio jornal não tenha percebido a gravidade do problema.
Este novo caso parece muito semelhante a outro já aqui tratado.
Mas o alerta do Contrafactos só reforça a atenção que os jornalistas devem ter na abordagem desta nova realidade; os blogues são como qualquer outra fonte, especialmente se identificados.

23/12/04 DESENVOLVIMENTOS, e bem curiosos, aqui (através de informações que jornalistas do Público nos dão; já agora, o jornal não diz nada aos leitores que não lêem estes blogues?)
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