Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, dezembro 18, 2006

O contraditório não dá jeito?

Há regras no jornalismo (nas notícias em concreto) que podemos pôr em causa, mas a do contraditório não.
O contraditório não é apenas um direito do visado, é algo que melhora o jornalismo.

São múltiplos os exemplos e recorrentes.
Este fim de semana mais um.
No Correio da Manhã de ontem:
«Jorge Vasconcelos: Salário milionário durante dois anos»
No Correio da Manhã de hoje:
«Jorge Vasconcelos não abrangido por novo estatuto: Ex-presidente nega abono de 12 mil euros»
Como é óbvio, o protagonista da notícia não foi ouvido na primeira notícia; como já é menos óbvio, o desmentido é uma pequena chamada na primeira página. Injusta ou justamente a conclusão a tirar é que se o protagonista tivesse sido ouvido na primeira notícia não havia notícia.(uma fonte anónima do Ministério da Economia faz figura de tonta no CM de hoje, estranhando que o ex-presidente da ERSE não tenha direito ao tal salário milionário).

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Incompatibilidades (o presidente da ERC)

Azeredo Lopes, antes de ser presidente da ERC, comentava em diversos órgãos de comunicação social questões de política e direito internacional. E fazia-o bem.

Depois de assumir na ERC continua a comentar. Formalmente na RTP, de vez em quando, por exemplo, na TSF.

Acho que faz mal.

Por duas razões:
- porque nos arriscamos a ouvi-lo numa notícia da ERC e depois a comentar sobre o Líbano, no mesmo espaço ou na mesma edição;

- porque depois do que aconteceu com o Público arriscamo-nos a mais conflitos. Terá independência para continuar a colaborar num órgão de comunicação social com o qual está em conflito? Esse órgão vai dispensá-lo quando chegar a crise?

Só há uma maneira de acabar com este tipo de questões: aparecer na comunicação social apenas como presidente da ERC!

PS - Este caso com o Público não se pode repetir. Não ficava mal um mea culpa pelo tom e palavras escolhidas. Mas mais importante é que tenha servido de exemplo.
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Consequências da Internet nas entrevistas

É uma previsão, do domínio da futurologia, mas acredito que além de muitos outros impactos, a Internet vai mudar a forma como se farão entrevistas para publicação escrita.

Este caso anedótico, relatado na Sábado desta semana, só reforça uma ideia: as entrevistas (formatadas em pergunta e resposta ou em texto corrido) tenderão a ser feitas através de correio electrónico ou, melhor, de sistemas de conversa como o msn ou skype.

Perder-se-ão algumas vantagens dos olhos-nos-olhos, mas numa entrevista telefónica também não há olhos-nos-olhos; em contrapartida, há ganhos claros para o jornalista, para o entrevistado e para o leitor. E ajuda a ultrapassar-se a questão de ler primeiro antes de publicar.
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