Pode um comentador de futebol ser um treinador?
A pergunta é clássica e suscita as mais diversas opiniões - o Correio da Manhã recupera hoje, novamente, a questão,
neste artigo.
Na minha opinião, não.
É claramente um problema de incompatibilidade: um treinador, mesmo no desemprego, não tem a mesma capacidade para criticar o clube, o jogador ou o dirigente com os quais pode estar a trabalhar na semana seguinte. E há imensos exemplos, sobretudo na televisão.
Quanto mais polémico for (isto é, quanto mais feridas estiver disposto a abrir) menos hipótese tem o treinador de o voltar a ser. Por isso protegem-se, jogam à defesa - querem continuar a ser treinadores e o comentário é apenas uma experiência passageira.
Já não tenho as mesmas dúvidas se estivermos perante um ex-treinador.
Act a 17/8: Leio no suplemento Actual do Expresso de 13/8: "
Uma recensão - por sinal demolidora - da escritora Marianne Wiggins ao mais recente livro de John Irving, «Until I Find You«, publicada no «Washington Post» há mais de um mês, foi «desautorizada» pelo jornal, após queixa do autor. É que aos críticos daquele diário estão vedadas recensões de obras escritas por amigos ou conhecidos. E Irving é amigo de Salman Rushdie, com quem Wiggings foi casada até 1993. Em consequência, Irving e Wiggins conheciam-se. Pelo facto, o periódico norte-americano pediu desculpas".