Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quarta-feira, janeiro 17, 2007

ACT Um exercício especulativo

Gostaria de partilhar com os leitores deste espaço algumas dúvidas que um bocadinho do notável (mais um...) texto de José Pedro Castanheira (JPC) no Expresso desta semana.

JPC conta em duas páginas como muitos portugueses se vão tratar (sobretudo cancro) à Clínica Universitária da Opus Dei em Navarra, a ponto de a Portugália ter criado uma ligação diária para Pamplona.

Eis o excerto:
«A sua fama [desse hospital] ultrapassou a fronteira e o número de pacientes portugueses que o frequentam tem vindo a aumentar regularmente. Sobretudo a partir do momento em que um conhecido banco ligado à Opus Dei instituiu um seguro de saúde que, em certas modalidades, cobre...».

Eis as perguntas, que resultam do facto de JPC não ter identificado o banco (Millennium):
- se JPC tivesse identificado isso daria origem a um desmentido por parte do Milllennium?
- JPC não identificou porque não é rigoroso dizer que é um banco ligado à Opus Dei?
- JPC não identificou porque, naquele contexto, o nome do banco é irrelevante?
Uma quarta pergunta já não fará - penso - tanto sentido: JPC identificou (e bem) a companhia aérea que criou a ligação diária (Portugália) e a questão da publicidade não se coloca.

ACT a 28/01/07: Tinha pedido na altura ao JPC para ele comentar/acrescentar e a resposta chegou agora:
«Peço-te desculpa pelo atraso na minha resposta. Até porque o jornalismo, mesmo nos blogues, nunca deixa de implicar alguma actualidade. Mesmo assim, não quero deixar de te responder, bem como aos três leitores do teu blogue que deixaram comentários às tuas interessantes observações.
Deixo-te, então, algumas notas.
A primeira, para esclarecer que se optei por identificar a empresa transportadora (a Portugália), foi porque é a única que faz a ligação aérea directa entre Lisboa e Pamplona. Não estou, portanto, a privilegiá-la, na medida em que a sua identificação não corre o risco de estar a prejudicar eventuais concorrentes.
Acabou por ser este mesmo critério que ditou a opção de não identificar nem o banco nem a seguradora. Com efeito, não estou certo que o banco em causa seja o único (português ou a operar em Portugal) que conceda aos seus trabalhadores e / ou clientes um conjunto de condições vantajosas para a utilização da clínica de Navarra.
O mesmo se diga sobre as seguradoras. Sei mesmo que há mais que uma seguradora a trabalhar com a referida clínica, em condições e oferecendo regalias bem diferentes. Sendo o núcleo central da reportagem os doentes portugueses que utilizam aquele voo para se tratarem em Navarra, não me pareceu necessário aprofundar mais a informação sobre os bancos e as seguradoras. Ainda assim, decidi estabelecer a relação entre o banco e o Opus Dei, para que melhor se compreenda o tipo de envolvimento do mesmo banco com a clínica de Navarra. Com efeito, não se pode esquecer que a clínica pertence à Universidade de Navarra, que foi criada pelo fundador e mentor do Opus Dei, Escrivá de Balaguer. Entre parêntesis, não posso deixar de concordar com o comentário de um leitor que lembra que o termo Opus Dei não é feminino, mas masculino.
Espero que estes breves comentários respondam às tuas interessantes observações. Mais uma vez, desculpa o meu atraso»
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Quem é vivo sempre...

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