Em defesa do azul!
Não trabalhando eu num jornal (sem nenhum interesse directo ou indirecto a defender), acho que estou perfeitamente à vontade para dizer que – como director – teria aceite sem reservas aquela proposta da TMN de pintar o jornal de azul.
Mais, aceitaria idênticas propostas se – como aconteceu – elas deixarem clara uma separação entre “conteúdos jornalísticos e mensagem publicitária” (para usar a expressão do Sindicato dos Jornalistas). Aceito que se pense o contrário, que os jornais se venderam, mas não acho que isso retire credibilidade aos jornais.
Muito mais grave, na minha opinião – e sobre isso nunca ouvi o Sindicato – é a prática infelizmente comum de confundir marketing promocional dos jornais e “sinergias de grupo” com notícias – veja-se a última página do Público de hoje, em contraste flagrante com o que diz o novo livro de Estilo *.
Muito mais grave é publicar reportagens ou entrevistas pagas, dissimuladas de jornalismo ou dar uma dimensão jornalísticas a actividades do próprio jornal (auto-promoções) ou do grupo em que se insere.
Estes três exemplos – claríssimos – demonstram promiscuidade entre conteúdos jornalísticos e mensagem publicitária. Isto, sim, é enganar os leitores. Contra isto me bato há anos. Mas sobre isto não tenho lido nada.
PS1 – O Sindicato sabe que há vários jornais com a corda… nas mãos do accionista. O Sindicato não pode rejeitar este tipo de receitas e lamentar, depois, os despedimentos;
PS2 – A menos que, em cada um dos oito jornais, apenas a direcção aprove “o azul”, este é mais um caso que demonstra um divórcio entre o Sindicato e os seus associados. Isto merece ser melhor discutido!
* O conteúdo promovido, um disco original a propósito do Dia Mundial da Música, que o Público distribui gratuitamente, pode ser notícia. Mas na secção de cultura. Não na última página. Quando é que um disco, original, volta a ser notícia na última página do Público?
Mais, aceitaria idênticas propostas se – como aconteceu – elas deixarem clara uma separação entre “conteúdos jornalísticos e mensagem publicitária” (para usar a expressão do Sindicato dos Jornalistas). Aceito que se pense o contrário, que os jornais se venderam, mas não acho que isso retire credibilidade aos jornais.
Muito mais grave, na minha opinião – e sobre isso nunca ouvi o Sindicato – é a prática infelizmente comum de confundir marketing promocional dos jornais e “sinergias de grupo” com notícias – veja-se a última página do Público de hoje, em contraste flagrante com o que diz o novo livro de Estilo *.
Muito mais grave é publicar reportagens ou entrevistas pagas, dissimuladas de jornalismo ou dar uma dimensão jornalísticas a actividades do próprio jornal (auto-promoções) ou do grupo em que se insere.
Estes três exemplos – claríssimos – demonstram promiscuidade entre conteúdos jornalísticos e mensagem publicitária. Isto, sim, é enganar os leitores. Contra isto me bato há anos. Mas sobre isto não tenho lido nada.
PS1 – O Sindicato sabe que há vários jornais com a corda… nas mãos do accionista. O Sindicato não pode rejeitar este tipo de receitas e lamentar, depois, os despedimentos;
PS2 – A menos que, em cada um dos oito jornais, apenas a direcção aprove “o azul”, este é mais um caso que demonstra um divórcio entre o Sindicato e os seus associados. Isto merece ser melhor discutido!
* O conteúdo promovido, um disco original a propósito do Dia Mundial da Música, que o Público distribui gratuitamente, pode ser notícia. Mas na secção de cultura. Não na última página. Quando é que um disco, original, volta a ser notícia na última página do Público?
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