Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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sexta-feira, setembro 16, 2005

Cavaco, o (director do) Público e uma certa notícia...

Faz hoje oito dias, o director do Público assinou uma notícia no seu jornal ("Prestações de reforma e subvenções de Cavaco Silva somam 9356 euros"), o que é sempre insólito.
A notícia - com chamada à primeira página - tinha outra particularidade: insistia em expressões como "como o próprio afirmou ao Público", "esclareceu Cavaco Silva ao Público" ou "Cavaco Silva esclareceu ainda ao Público que".

Hoje, no seu veredicto na Antena 1 (por volta das 8.25), José Manuel Fernandes acrescentou um dado relevante: foi Cavaco quem tomou a iniciativa de tornar públicas as duas pensões e a subvenção vitalícia, contactando o jornal (deduz-se). Porquê? Como explicou também JMF, foi uma forma de "esvaziar" um assunto que poderia (vir a) ser polémico.

Algumas notas:
- raras são as notícias que não interessam às duas partes; Cavaco - que mostrou com isto ser candidato à Presidência da República - tem a sua estratégia e a divulgação destes pormenores insere-se nessa estratégia;
- Cavaco contactou directamente o director do jornal e este assimiu a responsabilidade (ainda por conta daquele caso com Manuela Ferreira Leite, em Junho do ano passado, que levou à demissão de Ana Sá Lopes?);
- deveria a notícia do Público dizer que foi o protagonista que contactou o jornal para publicação? Sim. Mas isso levaria a que os jornalistas fossem mais transparentes em muitos outros casos;
- visto, a esta distância, JMF tentou dizer isso mesmo ("como o próprio afirmou ao Público"). Mas na altura não cheguei lá...
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