(act) Por que Ivo foi notícia
Várias pessoas já questionaram o excesso de cobertura noticiosa relativamente a Ivo Ferreira, preso no Dubai.
E questionaram, criticando a comunicação social.Penso que, genericamente, têm razão.
Mas mais do que o maniqueísmo, interessa-me ver as causas; dito de outra maneira por que é que este caso foi notícia e outras centenas de presos portuguess no estrangeiro não?
Algumas explicações:
- Este caso soube-se; a maior parte dos outros não;
- O facto de ser relativamente fácil falar com ele, via telefone, para a prisão do Dubai, ajudou muito a crescer mediaticamente (para já não falar do contacto acessível com o pai);
- Se tivessem sido os (hipotéticos) amigos jornalistas a falar deste caso também já teríamos ouvido falar dos seus filmes; como é que se chamam? Ou seja, houve uma adesão genuína dos jornalistas, que - estou certo - não o conheciam de lado nenhum;
- Ivo não estava acusado de nenhum crime grave e moralmente repelente (tráfico de droga ou de armas, homicídio), sendo que - ainda por cima - a acusação por consumo de haxixe acontecia num país árabe, o que faz, naturalmmente, despertar simpatias para o caso humano;
O que é que isto vale? Provavelmente nada, mas retiro duas conclusões (recorrentes):
- não é difícil controlar a agenda mediática (mesmo sem a intervenção de spin doctors ou bons técnicos de marketing), quando se reunem determinadas condições;
- parece-me ter funcionado o critério do seguidismo (característica muito presente no jornalismo português actual); quando se percebeu que uns estavam a dar "gás" à história, os outros terão ido atrás...
Actualização a 12/5/05. por exemplo aqui e aqui.
Actualização a 13/5/05: Tudo isto remete para aquilo que por vezes se chama de critérios de notícia não substantivos - idiossincraticamente, os jornalistas!!!!
E questionaram, criticando a comunicação social.Penso que, genericamente, têm razão.
Mas mais do que o maniqueísmo, interessa-me ver as causas; dito de outra maneira por que é que este caso foi notícia e outras centenas de presos portuguess no estrangeiro não?
Algumas explicações:
- Este caso soube-se; a maior parte dos outros não;
- O facto de ser relativamente fácil falar com ele, via telefone, para a prisão do Dubai, ajudou muito a crescer mediaticamente (para já não falar do contacto acessível com o pai);
- Se tivessem sido os (hipotéticos) amigos jornalistas a falar deste caso também já teríamos ouvido falar dos seus filmes; como é que se chamam? Ou seja, houve uma adesão genuína dos jornalistas, que - estou certo - não o conheciam de lado nenhum;
- Ivo não estava acusado de nenhum crime grave e moralmente repelente (tráfico de droga ou de armas, homicídio), sendo que - ainda por cima - a acusação por consumo de haxixe acontecia num país árabe, o que faz, naturalmmente, despertar simpatias para o caso humano;
O que é que isto vale? Provavelmente nada, mas retiro duas conclusões (recorrentes):
- não é difícil controlar a agenda mediática (mesmo sem a intervenção de spin doctors ou bons técnicos de marketing), quando se reunem determinadas condições;
- parece-me ter funcionado o critério do seguidismo (característica muito presente no jornalismo português actual); quando se percebeu que uns estavam a dar "gás" à história, os outros terão ido atrás...
Actualização a 12/5/05. por exemplo aqui e aqui.
Actualização a 13/5/05: Tudo isto remete para aquilo que por vezes se chama de critérios de notícia não substantivos - idiossincraticamente, os jornalistas!!!!
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