Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quarta-feira, maio 11, 2005

(act) Por que Ivo foi notícia

Várias pessoas já questionaram o excesso de cobertura noticiosa relativamente a Ivo Ferreira, preso no Dubai.
E questionaram, criticando a comunicação social.
Penso que, genericamente, têm razão.
Mas mais do que o maniqueísmo, interessa-me ver as causas; dito de outra maneira por que é que este caso foi notícia e outras centenas de presos portuguess no estrangeiro não?
Algumas explicações:
- Este caso soube-se; a maior parte dos outros não;
- O facto de ser relativamente fácil falar com ele, via telefone, para a prisão do Dubai, ajudou muito a crescer mediaticamente (para já não falar do contacto acessível com o pai);
- Se tivessem sido os (hipotéticos) amigos jornalistas a falar deste caso também já teríamos ouvido falar dos seus filmes; como é que se chamam? Ou seja, houve uma adesão genuína dos jornalistas, que - estou certo - não o conheciam de lado nenhum;
- Ivo não estava acusado de nenhum crime grave e moralmente repelente (tráfico de droga ou de armas, homicídio), sendo que - ainda por cima - a acusação por consumo de haxixe acontecia num país árabe, o que faz, naturalmmente, despertar simpatias para o caso humano;

O que é que isto vale? Provavelmente nada, mas retiro duas conclusões (recorrentes):
- não é difícil controlar a agenda mediática (mesmo sem a intervenção de spin doctors ou bons técnicos de marketing), quando se reunem determinadas condições;
- parece-me ter funcionado o critério do seguidismo (característica muito presente no jornalismo português actual); quando se percebeu que uns estavam a dar "gás" à história, os outros terão ido atrás...

Actualização a 12/5/05. por exemplo aqui e aqui.

Actualização a 13/5/05: Tudo isto remete para aquilo que por vezes se chama de critérios de notícia não substantivos - idiossincraticamente, os jornalistas!!!!
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Os blogues chegam aos jornais

Há blogues muito mais especializados/"autorizados" em blogues do que este, mas não deixo de registar que, depois de A Capital, na última alteração, ter passado a incluir uma página diária com textos de blogues, agora é O Comércio do Porto a fazer o mesmo: a página chama-se "Blogosfera" e é preenchida - rotativamente? - com textos dos blogues A Baixa do Porto e Blasfémias.
Estou certo que quem estuda o fenómeno - e há diversas pessoas nesta altura com projectos de mestrado ou doutoramento nesta área - não deixará de ter em conta esta evolução de estatuto do blogue para o media clássico!
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É o ministro quem o diz

"A terceira tendência [preocupante na evolução recente dos media em Portugal] é numa tendência de preguiça. Grande parte do jornalismo, designadamente do jornalismo político que se faz hoje em vários países da Europa, incluindo Portugal, é um jornalismo preguiçoso de um jornalista que está sentado à secretária à espera de um telefonema"
Augusto Santos Silva in A Capital de 8/5/05
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