Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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terça-feira, agosto 09, 2005

(act) O instável exercício jornalístico

Ainda quase ninguém tinha lido os jornais e já nas rádios, esta manhã, se fazia ouvir o comunicado de Manuel Maria Carrilho, desmentindo a manchete do DN*.
Estamos perante um caso clássico de um-contra-um - em quem acreditar?
Mas há algumas coisas que podem ser acrescentadas:
- as declarações de MMC ao DN aparecem entre aspas e, diz o artigo, foram ditas ontem;
- MMC diz no comunicado que, além de serem "falsas, infundadas e totalmente especulativas", "não correspondem ao teor das declarações prestadas pelo candidato aos jornalistas". Mas o jornalista do DN pode ter falado a sós com Carrilho (caso contrário, o assunto seria notícia noutros jornais);
- o jornalista do DN gravou as declarações de Carrilho? Se sim, e estas são rigorosas, Carrilho assinou a suas despedida da corrida eleitoral; se não, vamos ficar "cada um na sua". Amanhã o DN trará o comunicado de MMC e noutro texto dirá que reafirma tudo quanto foi escrito.
- finalmente, nem no "site" de MMC nem na página do DN há qualquer referência ao caso ou aos seus desenvolvimentos. Não basta elogiar ou reconhecer as virtualidades da internet. É preciso integrá-la! (ver exemplo do Portugal Diário)

* Deve, neste caso, uma rádio, dar um desmentido de uma notícia que não é sua? Se a noticiou, citando a origem, também deve noticiar o desmentido.

Act a 12/8: Ontem o DN fez aquilo que era previsível (e normal) que fizesse - reafirmou a sua história e a confiança no jornalista. Mas de várias leituras ficam alguns dados mais:
- o jornalista do DN diz no seu texto "De Alegre a Soares, o «on» e o «off»" que MMC fez aquelas declarações na presença de mais uma testemunha, por sinal jornalista. Assim sendo, e caso esta confirme a versão do DN, cai por terra a teoria do candidato Carrilho (alguém sabe se essa jornalista escreveu alguma coisa?);
- o jornalista do DN, nesse mesmo texto, deixa entender que tudo não passou de mais um caso de equívoco entre «on» e «off»: Carrilho disse, mas pelos vistos pensaria que era uma conversa informal. "Nem eu o citaria em on, como fiz na edição de ontem, se tivesse pressuposto o contrário", diz Francisco Almeida Leite. Portanto não é uma questão de Carrilho pensar aquilo ou o contrário, mas de não ser conveniente dizê-lo. Talvez por isso tenha telefonado a Alegre e a Soares...
- o Público de ontem diz que Carrilho desmentiu a notícia às três e meia da manhã, mal a edição do DN ficou na rede;
Com estes dados acho que já é possível emitir uma opinião sem estar baseada (apenas) na óbvia solidariedade jornalística: MMC mais uma vez mostrou o que é a gelatina política. E se alguém tem dúvidas pode ler este texto. Está lá tudo!
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