Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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terça-feira, junho 28, 2005

(act) Os jornalistas estão mesmo a proteger o governo do PS? Porquê?

Volto a um dos clássicos desta página: o peso dos critérios não-substantivos (de notícia) no agendamento editorial. Ou, por outras palavras, de que maneira são determinantes, como influenciam e como combater (neste caso) as simpatias pessoais, as empatias, as convicções dos jornalistas.
Um dos temas mais interessantes do momento é observar a tolerância genérica da comunicação social para com o actual governo de Portugal. Por que os jornalistas são maioritariamente do PS? Não faz sentido. Porque simpatizam com o eng. Sócrates? Não acredito. Porque sentem (de uma forma inconsciente, claro) que, depois de Santana Lopes, Portugal precisa de um governo? É uma hipótese.
Mas custa-me aceitar alguma benevolência que se sente em determinados aspectos. Grandes e pequenos. Um exemplo destes últimos: depois de tanta polémica sobre a hipotética demolição da última casa de Almeida Garrett, esta começou mesmo a ser demolida. Vi apenas uma pequena notícia em O Independente e uma maior n'A Capital. O responsável pela demolição chama-se Manuel Pinho e é, além de proprietário do futuro condomínio, ministro da Economia.

PS - também é um mea culpa como jornalista. Só soube demasiado tarde.

act a 29/6: "Santana Lopes manda suspender demolição da casa de Garrett"
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Contar manifestantes - Isto é a sério!

A contabilização dos presentes numa manifestação é um dos temas mais susceptíveis de criar polémica no jornalismo: quem organiza inflacciona o número, as autoridades regra geral desvalorizam-no e os jornalistas limitam-se a citar os dois números - para perplexidade dos ouvintes/leitores/telespectadores (que não ficam informados sobre o que se passou, apenas que há duas perspectivas diferentes).
O El País tem um sistema alternativo - que julgo não ser usado em Portugal - e o provedor explicou-o na crónica de domingo: a propósito da manifestação contra os casamentos homossexuais em Espanha, os números divulgados foram absolutamente díspares (milhão e meiio, de acordo com a organização; a Comunidade de Madrid calculou 700 mil e a policía 166 mil. O EL PAÍS estimou em 180 mil). Não faltaram cartas de protesto, com o provedor a explicar que o jornal usa um método mais ou menos científico, com recurso a fotografias e a cálculos por metro quadrado.
Sugiro a leitura do texto aqui. Vale a pena (dica Indústrias Culturais)
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